quinta-feira, 25 de maio de 2017

"CRACOLÂNDIA" -CRÔNICAS E CONTOS- Borges e Garcia

CRÔNICAS E  CONTOS 
 
"CRACOLÂNDIA"
     Será que Dória, razoavelmente bem informado, não sabe que vício é “Dependência física ou psicológica que faz alguém buscar o consumo excessivo de uma substância, geralmente alcoólica ou entorpecente: vício de fumar; costume de fazer sempre a mesma coisa.”
        É elementar, não é? Todos sabem disso.
       Álkimin também não sabe? Dizem que ele é até um médico razoável, mas não sabe disso.
        E sabem, Dória e Alkimin, que o craque é o maior número de usuário desta região denominada “cracolândia”? E sabem que é um vício terrível. Que o viciado não tem poder sobre o vício, mas que este tem o controle deste?
        Olhe aí o quê é o crack.  
“O crack é uma pasta de cocaína misturada a éter e bicarbonato de sódio. Essa mistura é feita sob água quente. Quando resfriada, ela empedra. Por isso, a droga é fumada em cachimbo. Assim como a cocaína, o crack aumenta a produção e a liberação de dopamina, o neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Por ser fumado, o crack chega mais rápido ao cérebro e vicia mais rápido também, pois seu efeito é mais intenso.
Quando o efeito passa, dez minutos depois da tragada, os estoques de dopamina no cérebro ficam reduzidos. Aí, o cérebro sente a necessidade de voltar à euforia alcançada antes. É a dependência.”
        E por quê este governador obtuso e este prefeito mais burro ainda, pensa que poderá, com o simples deslocamento físico de uma área denominada “fumódromo”, eliminar um vício que se processa no cérebro do viciado, independentemente de sua vontade?
        Ora! Tenha paciência Dória e Alkimin! Deixem de praticar asneiras!
       Melhor seria se ambos pensassem em Pavlov para curar este vício tão terrível. Internar a força viciados é tortura-los até a morte.
        Aliás. Uma pergunta: vocês dois já foram viciados em alguma droga? Sabem o sofrimento por que passa um alcóolatra, um fumante, um viciado em éter, em morfina?
        Eu sei, seus “caras de pau”.
        Sabem coisíssima alguma disso. Se soubessem não pensariam assim. São puros de candura e corretamente integrados na sociedade. Não vieram de onde estas pessoas vieram, foram criados em berço esplêndido, cheio de carinho e de refinados gostos e prazeres.
        J. Roberto M. Garcia.

P.S. EU JÁ DEVERIA ESTAR AQUI INTERNADO EM UMA CIRURGIA DE ALTO RISCO, MAS NÃO AGUENTEI VER AQUI ESTA ESTUPIDEZ A SER COMETIDA POR PREFEITO E GOVERNADOR DO ESTADO.