terça-feira, 2 de maio de 2017

"PATÉTICO HINO NACIONAL - Borges e Garcia -

CRÔNICAS E CONTOS - BORGES E GARCIA -


PATÉTICO  HINO  NACIONAL 
MERECIA PORRETE QUEM REDIGIU ESTA LETRA



Com todo respeito dos que possam estar em desacordo, a verdade é que, particularmente, acho a música de nosso hino nacional muito bonita. Dizem que foi copiada de outros hinos. Não me importo. Como ela está acho-a linda. Aliás, nem versado em música sou. Um descuido de minha formação.
Contudo, quanto a letra ?
        Ai!
Ufa!
E, segundo consta, esta letra foi “vendida” literalmente por seu autor, via de um concurso meio obscuro. Mas o Lava Jato ainda não existia. É o que o Google informa: “Nosso hino foi comprado de seu autor pelo preço de  5:000$ (cinco contos de réis). A propriedade plena e definitiva da letra do está no decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de 1922 pelo então presidente Epitácio Pessoa e oficializado pela lei n.º 5.700, de 1 de setembro de 1971, publicada no Diário Oficial (suplemento) de 2 de setembro de 1971.”
Acho isso meio absurdo, já que um hino não é comprado. É inspirado por aqueles que lhes deram origem em função dos fatos que os motivaram. Um hino é muito mais um ato de paixão do que uma ação racional.
Mas ouçam o absurdo desta letra?
Atentem ao contrassenso de seu texto.

“Deitado eternamente em berço esplêndido....”

Não somente “deitado”, o que já é uma posição bastante cômoda, mas o pior é que é “eternamente”. Nunca mais levantaremos?
Que horrrrroooooooooooorrrr !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Pois com a crise de desemprego que estamos já era hora do gigante levantar e trabalhar, ora.
Que isso?

“Fulguras, ó Brasil, florão da américa,
Iluminado ao sol do novo mundo!”

Nós, aqui, não iluminamos nada. Somos iluminados. Vê? Terceirizamos o dever de iluminar seja lá o novo mundo ou o que for.
E aqui vem a suprema ironia deste hino que deveria ser jogado no vazo sanitário e não comprado, como foi.   

“Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
-paz no futuro e glória no passado.”

Que amor eterno é este onde assassinamos mais de 60.000 pessoas por ano?
E para isso ainda ostentamos lábaros?

E ao final pérolas das pérolas:

“-paz no futuro e glória no passado”

Que isso?
Ficou louco o autor?
Nunca tivemos glória em passado algum. Nosso herói nacional é um infeliz perseguido pela corte de Portugal e esquartejado frente aos ouvidos surdos de todos brasileiros.
E quanto as glórias do futuro não teremos nenhuma, já que nossa “carne e fraca” nossa vergonha é pouca.
Feliz Ano que vem.
J. R. M. Garcia. 
 O MAIS PATÉTICO.
UM DICIONÁRIO PARA TRADUÇÃO DO PORTUGUÊS CLÁSSICO  PARA A LINGUAGEM CORRENTE. NINGUÉM ENTENDE A LETRA.


  • Margens plácidas - "Plácida" significa serena, calma.
  • Ipiranga - É o riacho junto ao qual D. Pedro I proclamou a independência.
  • Brado retumbante - Grito forte que provoca eco.
  • Penhor - Usado de maneira metafórica (figurada). "penhor desta igualdade" é a garantia, a segurança de que haverá liberdade.
  • Imagem do Cruzeiro resplandece - O "Cruzeiro" é a constelação do Cruzeiro do Sul que resplandece (brilha) no céu.
  • Impávido colosso - "Colosso" é o nome de uma estátua de enormes dimensões. Estar "impávido" é estar tranquilo, calmo.
  • Mãe gentil - A "mãe gentil" é a pátria. Um país que ama e defende os "filhos" (os brasileiros) como qualquer mãe.
  • Fulguras - do verbo fulgurar (reluzir, brilhar).
  • Florão - "Florão" é um ornato em forma de flor usado nas abóbadas de construções grandiosas. O Brasil seria o ponto mais importante e vistoso da América.
  • Garrida - Enfeitada. Que chama a atenção pela beleza.
  • Lábaro - Sinônimo de bandeira. "Lábaro" era um antigo estandarte usado pelos romanos.
  • Clava forte - Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra.