quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

CRÔNICAS E CONTOS


VERDADEIRAMENTE   SÓ


     "Eu era feliz e não sabia."
   Esse brocardo popular acabou tonando-se um adágio verdadeiro e muito repetido.  
      Quando isso aconteceu?
      No tempo mais difícil de minha vida. Estava no internato. Ia para casa somente de seis em seis meses. Ali ainda existia essa modalidade. Éramos ao todo por volta de trezentos alunos
      As brincadeiras, as molecagens eram constantes. A vida de gato e rato era agradável: os padres limitavam nossas atividades e nós burlávamos suas intenções sempre que possível.
      Afora isso tínhamos muito em esportes. Piscina e basquete eram os que mais gostava. E o que me motivara lá no fundo de minha alma, estar ali era de fato por adorar esportes. 
      Exceto as notas das matérias, o esporte era também objeto de preocupação. Além disso nada mais existia. Um sono dos justos.
      Mas, lá fora o mundo regurgitava. 
      E os anos passarem céleres e, ao final, termina-se o ginásio e vou para São Paulo, para o Bandeirantes, fazer o científico.
   Nunca mais a primeira namorada haveríamos de nos encontrar, meus pais já pintavam alguns cabelos brancos e algumas rugas surgiam-lhes nas faces. 
      Agora eu estava verdadeiramente só. 
      J. R. M. Garcia.