MUNDO EM TRANSIÇÃO
O mundo sempre esteve em transição.
Aliás um jargão popular claramente o apregoa:-“O relógio somente faz tic-tac e
jamais tac-tic”.
Claro. A observação é francamente sensível:- “Leite derramado, embananado
está.”
E
vai por aí um milhão de adágios populares em forma semelhante em todos idiomas
e todos povos. Significa isso que o tempo
passa, mas também intui que, de minuto a minuto, está em mudança. Isso é uma
lei da natureza, compreensível pela espécie humana desde que teve consciência
de sua própria vida no planeta. Ao final se fez Lei universal,
observada de forma incontrastável por Charles Darwin.
Por alguma razão ninguém pode questionar o tempo, sob pena de ver-se expulso da
vida.
Se
isto é verdade inarredável, também verdade é que a rapidez destas alterações
tem efeito nocivo e ou benéfico para toda Humanidade.
Fico a indagar-me: - Se há 60 anos nasci em um mundo inteiramente
diferente deste, será que, agora, pode uma pessoa suportar uma maior mutação na
metade deste tempo ?
Interrogar o tempo não posso, mas indagar a velocidade de mutação, tal qual um
veículo vai aumentando sua velocidade nas horas, nos dias e nos minutos, posso.
Tudo indica que o mundo fica sempre maravilhoso com todos acessórios das ciências, mas
por lado outro, vemos quão miserável e desesperançada está a espécie humana
como um todo.
Parece que estamos prestes a termos parte da espécie cheia de desgraças e a
outra metade, morta de necessidades.
A
verdade é que estamos a caminhar em um caminho onde a névoa não nos
permite ver um palmo adiante do nariz.
Se nestes últimos sessenta anos o mundo transformo-se mais do que nos passados seiscentos anos, a tecnologia nos escapará das mãos.
J. R. M. Garcia