segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = A FORÇA DA INÉRCIA =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

  

A  FORÇA  DA  INÉRCIA

           Pedidos de inquérito, denúncias, foragidos e investigados são, até o momento que este “blogueiro”  lhes fala, 75 requeridos e apresentados ao STF. Entre eles há muitos que nenhum de nós sabe sequer qual são as autoridades legislativas e administrativas que exercem, mas há outros conhecidos como o Presidente da Assembleia Eduardo Cunha 2 denúncias, 6 outras em nome do Senador Collor de Mello, a senadora Gleise Hoffmann, acusada de desvio de verba de um milhão de reais.

          Todos estes pedidos, em número de 75 encontram-se parados. Foram requeridos e apresentados pelo Procurador Geral de República, Rodrigo Janot.  Lá no STF, sem o acolhimento das denúncias, Cunha e Collor não são réus, mas tão somente investigados. O suspense deixa em situação política mais confortável ao presidente da Câmara, que nesse meio tempo acolheu um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Roussef.
          No caso de Cunha, os quatro meses devem se tornar mais de cinco. Segundo a Folha de São Paulo, a decisão do STF só deve ocorrer após o fim do recesso no judiciário, em fevereiro, pois o prazo final para a "resposta prévia", concedida a Cunha pelo STF, vai expirar no meio do recesso. Nesse caso, o prazo da defesa fica suspenso até o fim do recesso.
          Há muito tempo, quando eu advogava, fiz enorme esforço no sentido de evitar que um determinado proprietário de terras lesasse o cunhado. Quando a sentença, após ingentes esforços estava próxima, meu cliente me procura dizendo que o acordo proposto pela parte contrária era bom, vantajoso e que ele estava cansado da demanda. Implorei, tentei de tudo para convencê-lo de que o acordo era péssimo e estava próximo a sentença. Ele, ao final, invocando questões de laços familiares, desprezou meus esforços, meu trabalho e fez o acordo com grande prejuízo moral e material seu. Nunca me disse “muito obrigado”. Ainda outro dia deram uma festa entre réu e vítima, sem sequer convidar-me. Tornei-me inimigo involuntário dos dois.
          Assim é o Brasil.
     Não é Moro, nem Janot, nem Joaquim Barbosa que deseja a absolvição dos indiciados, somos nós que temos a índole plástica, destinada a aceitar a forma da vasilha conforme nela é deitado o caldo. Você se torna algoz e os que causam o dano são coitadinhas vítimas.       
          Isso nauseia qualquer alma menos preparada.
          Esta é a força da inércia.
          Um bom dia.
          J. R. M. Garcia.
<martinsegarcia@uol.com.br>