MUDANÇA CULTURAL
A valsa, quando surgiu como música, era tocada nos salões de terceira grandeza, vista como uma dança onde os casais encostavam-se abraçando um ao outro de forma libidinosa. Era contrária aos bons costumes à época. Até então, nos grandes salões, dançava-se o minueto, onde os casais ficavam separados.
A valsa surgiu na Áustria e na Alemanha, no inicio do século XIX inspirada em danças como o minueto (dança na qual os pares dançavam separados) e o laendler (dança campestre, na Alemanha).
Dizem que a Rainha Vitória procurava os "inferninhos da época", dando vazão a seus libidos menos tolerados pela Monarquia. De mascara frequentava os bailes de periferia, aceitando os belos pares a rodopiarem na mesma música. Reinou durante 63 anos quando a Inglaterra teve seu período de grande progresso.
E afinal, a Inglaterra ensinou o mundo a valsar.
Se nós aqui assinalarmos a mudança cultural que houve no mundo neste último período de 40 anos, ficaríamos a encher páginas e páginas com novos ritmos, aparatos musicais, milhares de conjuntos musicais com fama universal, letras de música, opções de toda ordem. Desde o zumbido de uma música eletrônica com gritos de uma letra que não conseguimos entender , até a gritaria de milhares de pessoas em um palco aberto aos milhares de vozes que nos ensurdece. Uma loucura perto de uma singela valsa onde os corpos se encontram sob trajes decentíssimos. É preciso entender: uma valsinha de Zequinha de Abreu, aos berros do punk.
Não é só. É mais. Muito mais. Em matéria de banho, todos os que frequentam as praias, sabem que a nudez já esconde muito mais que a genitália exposta em todos seus pudores e despudores. A coisa é dos seios de fora e o bumbum à mostra, até que nada há para guardar. Mulheres e homens e, ainda, os intermediários.
Que alternativa resta a aqueles que vivem da música, da dança, do espetáculo ?
Enfim, da Arte !
Da sóbria valsa da Rainha Vitória a simplicidade de uma Zequinha de Abreu, chega-se ao rebolado de Anitta.
Abração a todos!
J. R. M. Garcia.
