FAVELAS = PRÉDIOS DE ALTO PADRÃO FINANCEIRO = CLUBES CARÍSSIMOS
Necessito de duas crônicas consecutivas para expor o que tentarei
fazê-lo aqui. Preciso da paciência de vocês.
Não é fácil explicar o que vou tentar explicar. (redundância
perdoável e proposital !)
Procurarei ser objetivo.
No primeiro título tentarei achar os parâmetros do porquê o planeta alterar-se
fundamentalmente em seu tecnicismo. No segundo, buscarei mostrar o efeito desta
mudanças no ser humano e suas graves consequências.
Terminada
a chamada “guerra fria”, uma quantidade imensa de bens manufaturados foram
lançados ao mundo. Aviões supersônicos,
foguetes interplanetários, Internet, telefonia celular, controle remoto de
aviões, satélites artificiais, GPS, televisões intercontinentais, fogões
micro-ondas, freezer em todos tamanhos, automóveis semi-controláveis, máquinas
de lavar, de passar, ligas metálicas de toda ordem, maquinas inteligentes e
imensas, enormes navios quase auto-dirigíveis, o automatismo apoderou-se do
mundo, incomensuráveis investimentos foram feitos em estradas, pontes, vias
férreas, insumos e defensivos agrícolas para a agricultura, técnicas médicas
atingiram o inimaginável e, enfim, o mundo transformou-se em vinte anos.
Digamos que, em trinta anos tudo isso, estas
“facilidades” caíram sobre o globo. Uma espécie de mágica remodelou o planeta
em todos aspectos.
O que aconteceu aqui, em um período
pequeno de tempo, não aconteceu nos cem últimos anos.
Qual o efeito destas maravilhas técnicas
implantadas em profusão na terra ?
DESPREPARO TOTAL DA SOCIEDADE FRENTE AS MODIFICAÇÕES TECNOLÓGICAS DO MUNDO ATUAL
Evidentemente a Sociedade não estava preparada para estas
modificações no curto espaço de três décadas. Há trinta anos passados o mundo
não é esse que agora vemos e nele vivemos. A transformação foi imensa. Mesmo
aqui, nesta AL atrasadinha, a coisa foi gigantesca.
Se por um lado a
evolução tecnológica foi explosiva e gigantesca, o ser humano não conseguiu
acompanhá-la.
Tal qual o silvícola assustava-se
diante de um tiro de canhão primitivo nas praias primevas das costas da América,
o mesmo ocorre hoje a aquele que, usando de um jato, nada sabe do funcionamento
de sua turbina. E, socialmente, o susto é o mesmo. Em Ribeirão Preto (fato
ocorrido) um plantador de cana, chegando a Europa horas após ter deixado
Guarulhos, telefonou aqui e soube que não estava chovendo em suas plantações e
completou na mais santa ingenuidade: “Cumpanheiro ! A chuva que tá aqui vai
chegar mais tarde aí. O tempo aqui está muito mais “embruscado” do que esse
solão aí....” Ele não sabia a dimensão da terra. Não sabia a que distância
estava de sua fazenda. Para ele, que fora dormindo, a viagenzinha fora pequena.
A distância não lhe fazia sentido. O
clima, a diversidade local, era-lhe igual.
Percebem ?
A
guerra, que dentro de alguns meses, vai explodir no Irã, chegará em segundos
aqui através da alta do petróleo, da alteração nas bolsas, na mudança de ritmo
das operações internacionais, na alta do dólar, na diminuição do consumo das
viagens de lazer. Nós não saberemos o
quê está acontecendo, mas sofreremos seus efeitos instantaneamente.
Não estamos preparados para o próprio
mundo que criaram para nós. E nem eles, que o criaram, estão preparados.
Por exemplo. Tentei agora mesmo ligar o
som aqui e não consegui. Sei que há um corretor de texto deste Lep que
funciona, mas não conheço os processos como ele age.
E toda esta somatória incrível,
inimaginável de fatos vão se acumulando em um deslocamento quase inteiro de nós
mesmos.
Assim, o mundo foi sempre sistêmico. Mas
agora, além de sistêmico ele é instantâneo. Em cada 20 minutos tudo pode estar
diferente, é o que diz a propaganda de uma rádio. E é verdade purinha.
Há um descompasso entre o ser humano e a
tecnologia avançada que ele está a usar.
Esta crônica continuará na seguinte, no
dia de amanhã, sábado. Com o mesmo título e com o número IIº.
Uma boa tarde Amigos. Espero que gostem. E aguardem a próxima crônica completando esta.
J. R. M. Garcia.