Joaquim Benedito Barbosa Gomes
Uma tarde, há muitos
anos, um faxineiro limpando o banheiro do TRE, cantava alegre uma música em
inglês. Naquele momento um Diretor do Tribunal ouviu e inquiriu. “Quem era
aquele negro cantando com fluência em inglês?”. E cantava bem. Veio a saber que
ele já sabia muitos idiomas, entre elas inglês. Era um apaixonado. Não pela
música, mas pelas letras e línguas. Esse faxineiro dividia a vida entre a
escola noturna e a faxina do Tribunal. Humilde, filho de um pedreiro e de uma
dona-de-casa, não esperava muito da vida. Gostava de estudar.
Afável,
solícito, inteligente, esforçado formou-se em Direito pela UNB, sendo à época o
único negro na faculdade. E daí tomou seu rumo com luz própria. Forma-se e pós-gradua-se na Universidade de Brasília. Passou nos concursos
de Oficial da Chancelaria, Advogado do Serviço Federal, Procurador da
República, Professor da Universidade do Rio de Janeiro. Doutora-se pela
Sorbonne, a prestigiosa usina de canudos de Paris. Antes de chegar à
Universidade da Califórnia, lecionara como visitante na faculdade de Direito de
Columbia, em Nova York.
Talvez um dos únicos
acertos que Lula fez na política e do qual maldiz de si mesmo, foi achar este
homem.
“Encomendou” a Thomaz
Bastos um negro para o STF.
E se Lula fez seu único
acerto, Bastos fez sua maior burrada.
Buscam em Nova York
este homem para exercer, ao final, a relatoria do mais clamoroso processo desta
nação em todos os tempos: o “mensalão”.
Pronto. A “burrada”
estava feita. Bastos já tenta a primeira malandragem peticionando que o
processo fosse julgado “embolado” sem a divisão em capítulos e o Relator nega,
para a ira geral dos “mensaleiros”. A chicana de Bastos já encontra a primeira
resistência e, daí, vai até onde todos nós sabemos.
Lula, acovardado, se
cala (aliás sempre se saiu assim de suas muitas trapaças). Bastos se omite e
deu no que deu. Todos bandidos sentenciados.
É uma ironia do
Destino. O mais ignorante Presidente, junto com um dos grandes chicaneiros da Nação
em todos os tempos, nomeiam aquele que passa a encarnar, sozinho, todo um
sentimento nacional de Justiça.
De repente todo o sentimento de justiça deste país
ficou canalizado nas mãos deste SENHOR JUIZ!
QUADRILHEIROS EM AÇÃO
É óbvio que isso não mudará os rumos desta nação. Ela
permanecerá a mesma imersa em malandragens como a destes que acima a gente vê.
Tudo continuará “como d’antes no quartel de Abrantes”, mas
pelo menos a História irá citar que aqui houve, em certa época, uma “pérola
negra” a fulgir no céu da Pátria de noite escura.
Obrigado Sr. Joaquim Benedito
Barbosa Gomes.
O dia Nacional da Consciência negra deveria ser nominado com seu nome.
Bom sábado Amigos.
J. R. M. Garcia.