-PEÇA
TEATRAL “Le Diable Rouge” de Antoine
Rault-
(QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA)
TEMA
Diálogo entre Colbert (Jean-Baptiste Colbert Ministro de Estado e da economia do Rei Luiz
XIV e
Cardeal Mazarino, político francês, ministro de Estado
CENA
Luzes de palco acesas, Colbert de pé, Mazarino sentado, ao fundo uma enorme pintura de Luiz XIV
Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento
em que enganar ocontribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço?
Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando
está coberto de dívidas,vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente!!! Não se pode mandar oEstado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se? Todos os
Estados o fazem!
Estados o fazem!
Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já
criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: - Criando outros.
Colbert: - Mas já não podemos lançar mais
impostos sobre os pobres.
Mazarino: - Sim, é impossível.
Colbert: - E sobre os ricos?
Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam
de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: - Então, como faremos isso ?
Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Ha
uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que
trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que
devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais
lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes
tiramos. Formam um reservatório inesgotável. (expressão em gritos estentóreos e agora de pé)
Colbert:- -Quem são esses infelizes Mazarino ?
Mazarino:- Ora Colbert ! A classe média seu burro.
DESCE A NEGRA CORTINA SOB O PALCO E AS LUZES DA PLATÉIA ASCENDEM-SE
Contribuição de
Marta Hirszberg
J. R. M. Garcia.