quarta-feira, 15 de maio de 2024

FAMÍLIA VIRTUAL - CRÔNICAS E CONTOS - Garcia


 

FAMÍLIA VIRTUAL

                Tenho dois filhos. Um casal. Uma filha com quarenta e nove anos e um filho com cinquenta e quatro anos. Ambos casados. Somos poucos. Dir-se-ia que uma família bem pequena.  
        Dá-se que, felizmente, atingimos uma época onde existe a telefonia móvel, whatsApp, skype, redes sociais, e-mail e avião. Isso facilita-nos dentro de nossa virtualidade. Até porque vemos-nos no skype, whatsApp, transmitimos nossas ideias por e-mails e outras telefonicamente, quando temos urgência.
            Se assim não fosse já nossos laços de amizade estariam destruídos há muito tempo.
            Um deles mora no Uruguai e a outra nos procura, embora em Ribeirão Preto, poucas vezes, mas falamo-nos sempre.
            Todos queixam-se da telefonia, sobre tudo da celular, mas a gente vê de um montão de gente conversando no celular. Seja nos supermercados, nos corredores do Fórum, nas ruas, nos automóveis etc. Ora, dizer que isso não funciona, como vemos tantos dependurados nestes aparelhinhos?
            Aliás, outro dia, vi um péssimo uso da telefonia celular. Uma senhora caiu em um buraco de aproximadamente meio metro na calçada. Sujando-se bastante, saiu mancando e, incrivelmente, ela não deixou o fone cair da mão e continuou conversando, mesmo sentada na sarjeta.
            Realmente bem o sabemos. O serviço de Internet e telefonia celular ainda não está de todo implantado no Brasil. Dizem que está. Aqui, após  500 anos, ainda estamos tentando implantar tudo. Sistema de segurança, saúde, estradas, barragens, estrada de ferro, desarmar o povão para facilitar o assassinato de 56.000 viventes, uma constituição decente. E vai por aí. Somos um país em formação.
            Mas no meu caso já dá para a eletrônica conservar minha família “unida”. Minha mulher diz: “Telefonia celular funciona com eficiência é na cadeia”.
            Não sei se ela quer sugerir-me para ir preso, ou se fala uma verdade que aqui é correta.
           Um bom fim de semana com seus celulares.


            J. R. M. Garcia.
 

terça-feira, 7 de maio de 2024

QUEM TEM O DOM PARA ADVOCACIA? - CRÔNICAS E CONTOS - GARCIA

 QUEM TEM O DOM PARA ADVOCACIA?

        Esta é, de fato, uma pergunta desafiadora que me faço. Por controversa, bem poderia deixá-la esquecida. Mas não seria honesto omitir-me por medo de críticas ou ambiguidades.
        Dependeria de dons essenciais específicos? "Um advogado já nasce feito", como o deseja o jargão popular?
        O interesse pelos assuntos do direito e a condição básica para identificar-se a vocação de um futuro advogado?
        É possível, em um lançar de olhos por um curso de segundo grau, saber quem tornar-se-á ali um advogado ou não?
        Arriscaria alguém -já cursando a faculdade mesma - a qualificar em um bom aluno os pendores para a advocacia e, em um mau, o seu fracasso?
        Penso que qualquer resposta neste sentido e absolutamente inócua.
       Conheci péssimos alunos que se tornaram excelentes advogados. Conheci juristas renomados, os quais publicaram obras validas, que frequentaram péssimas escolas. Conheço outros que, na mesma condição, cursaram os chamados cursos vagos - antigamente existiam.
        Advogados tímidos, mas tenazes. Advogados preguiçosos, mas brilhantes. Advogados sem o dom da oratória, mas que marcaram época. Advogados que se embriagavam, mas que deixaram escolas.             Advogados santos, pios. Advogados perdidos, cujo flerte com o diabo sempre foi sua diversão predileta, porem inimitáveis.
Aqui, caro leitor, você está a perguntar-me: "Logo, advocacia e exercício cabível a qualquer um?"
        Também não.
      Há elementos sem o quais é muito difícil advogar. Falarei adiante dos que me parecem mais visíveis... 
        Extraído do livro “Confissões de um Advogado” de minha autoria.
        Uma boa noite a todos!
         
        J.R.M. Garcia

sábado, 4 de maio de 2024

PELO AMOR DE DEUS ! - CRÔNICAS E CONTOS - GARCIA

Sou cristão e a principal virtude de um cristão, é a caridade. À caridade implica na prática do perdão.
Perdoemos. Perdoemos a todos.
Sinto exatamente isso e mais: detesto julgar. Tenho medo de julgar, pois na mesma medida em que julgar, serei julgado. Foi o quê me ensinaram. Fincaram-me um sentimento de culpa contra julgamentos.
Mas não posso, também, sufocar o sentimento de revolta que experimento, quando se trata de traficantes de drogas.
A desgraça que estes monstros causam nos usuários da droga como o craque, a cocaína, a morfina é indizível. Transformam o ser humano em um entulho, caído como zumbis nas praças desta suposta nação. E para cada um deles desgraçam no mínimo 5 familiares. Horrível ver isso. Abaixo do nível de todos os animais chafurdando na lama de si mesmo.
Mao Tsé-Tung, no inicio da revolução comunista, na China, a qual estava endemicamente viciada em ópio, determinou que, com lança chamas, queimasse as casas de ópio e instituiu a pena de morte com processo sumário, em toda nação. Na verdade Mao estava desesperado.
 
Mao Tsetung disse “una todos os que podem se unir contra o inimigo real.” 
 
 Hoje conta-se que o visitante daquele país recebe um aviso em plástico, na entrada nos aeroportos: PORTAR, USAR OU AUXILIAR O USO DE DROGA, O RÉU SERÁ CONDENADO A PENA DE MORTE EM PROCESSO SUMÁRIO.
Os eventuais riscos de enganos e coisas tais, é do traficante.
Hoje, na China, muitos ex-usuários são juízes.
Deus! Faça-nos menos falsos. 
 
Um abraço a todos.
J. R. M. Garcia.