FAMÍLIA VIRTUAL
Tenho dois filhos. Um casal. Uma filha com quarenta e nove anos e um filho com cinquenta e quatro anos. Ambos casados. Somos poucos. Dir-se-ia que uma família bem pequena.
Dá-se que, felizmente, atingimos uma época onde existe a telefonia móvel, whatsApp, skype, redes sociais, e-mail e avião. Isso facilita-nos dentro de nossa virtualidade. Até porque vemos-nos no skype, whatsApp, transmitimos nossas ideias por e-mails e outras telefonicamente, quando temos urgência.
Se assim não fosse já nossos laços de amizade estariam destruídos há muito tempo.
Um deles mora no Uruguai e a outra nos procura, embora em Ribeirão Preto, poucas vezes, mas falamo-nos sempre.
Todos queixam-se da telefonia, sobre tudo da celular, mas a gente vê de um montão de gente conversando no celular. Seja nos supermercados, nos corredores do Fórum, nas ruas, nos automóveis etc. Ora, dizer que isso não funciona, como vemos tantos dependurados nestes aparelhinhos?
Aliás, outro dia, vi um péssimo uso da telefonia celular. Uma senhora caiu em um buraco de aproximadamente meio metro na calçada. Sujando-se bastante, saiu mancando e, incrivelmente, ela não deixou o fone cair da mão e continuou conversando, mesmo sentada na sarjeta.
Realmente bem o sabemos. O serviço de Internet e telefonia celular ainda não está de todo implantado no Brasil. Dizem que está. Aqui, após 500 anos, ainda estamos tentando implantar tudo. Sistema de segurança, saúde, estradas, barragens, estrada de ferro, desarmar o povão para facilitar o assassinato de 56.000 viventes, uma constituição decente. E vai por aí. Somos um país em formação.
Mas no meu caso já dá para a eletrônica conservar minha família “unida”. Minha mulher diz: “Telefonia celular funciona com eficiência é na cadeia”.
Não sei se ela quer sugerir-me para ir preso, ou se fala uma verdade que aqui é correta.
Um bom fim de semana com seus celulares.
J. R. M. Garcia.