segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

CHÔRO DA VILLA

ANIMAIS  LIVRES  NA NATUREZA

Velhos elefantes, leões, búfalos selvagens e muitos animais, por não conseguirem acompanhar a manada, ficam isolados para trás na marcha e, obviamente, solitários morrem sem nenhum cuidado da chamada “Mãe” Natureza. Eu diria Madrasta Natureza.  
          Estes são os únicos caso de solidão entre os animais ditos irracionais.
          Seria este o caso de nós humanos ?
          Fico aqui a refletir.
          Óbvio que não sou mais o quê já fui. 
CHORO DA VILLA  (música ao vivo)

       Ontem fui convidado a ir a um barzinho muito interessante, com excelente música ao vivo, onde alguns “atletas musicais” do passado ali exerciam sua vocação irresistível.  Ah, como tacavam bem ! Tocavam por amor, exclusivo amor. Se não lhes pagassem para tocar, eles pagariam para ali estarem, para ouvirem “sua” música. Ao final, um show. Sob o acompanhamento de um ótimo violonista, aquele que já fora “spalla” de Sinfônica entrou seu violino com a maestria do que é. Ouvimos tango à moda de Buenos Aires.
          Lindo, tudo aquilo.
          Musica excelente, serviço de primeira. Funcionários carinhosos, diria eu. 
Somos supostamente civilizados e esperamos que os velhos acompanhem a manada. E, por isso, eles estavam ali.
cachoeira 

Mas...indubitavelmente a maioria dos que ali estavam, já cruzara o Cabo da Boa Esperança. Cairam cachoeira abaixo e ainda continuam a remar no leito do rio em direção ao mar.
 E eu ali pensando: “Já caí nesta cachoeira. Atravessei corrediras. Estou agora no remanso das águas mais calmas, perto da foz do rio no mar. Olho com calma, com uma espécie de aperto no coração, as margens serenas deste rio passar. Vou indo, indo, indo...até que me afogue ou veja o imenso oceano ignoto que me espera.”
Essa é a verdade. Lembranças, saudades de outrora, passeios em terras longínquas neste sertão, outras no exterior...Tudo ia-me na alma em um instante de reflexão. Todos que ali estávamos teve seu passado ou já não mais estariam.
O barzinho extremamente simpático, intimista, foi aos poucos enchendo, enchendo e, por fim, ficou lodado.
De muitas, muitas saudades, mas também com alegria, de voz embargada...fui embora.
Parabéns a quem organizou aquele ambiente e o mantem.
Um abraço a você que me leu.
J. R. M. Garcia