CENAS DO FILME
FITZCARRALDO
O que era para ser uma
noite de domingo sem qualquer emoção, terminou sendo um encontro muito feliz.
Vi ontem o filme dirigido
por Werner Herzog, estrelado por Klaus Kinski.
Nome
do filme: "Fitzcarraldo".
Vi na rede Futura.
Pontua a crítica que este
filme é apelidado de "Conquistador
do Inútil". E, de fato, o apelido é significativo.
O filme leva ao fundo
música de Wagner e a voz de Caruso.
Lindo demais.
Ao final, quando vi o
navio todo estourado, rodando na correnteza com destino a queda d’água, a qual
ele havia transposto por terra, graças à força escrava dos nativos,
emocionei-me.
O dono do navio pergunta
ao velho índio, “por quê ele soltara o navio na queda d’água após a luta insana
de transposição das cachoeiras”.
Resposta:
--Assim, descendo as águas, o navio conseguiria a paz.
Ah ! Coisa linda !
A câmera, neste instante,
mostra o rio sereno, remansoso, com as margens amplas e muito tranquilas. O
índio sorria feliz. Conseguira a paz e felicidade, ao final, com este gesto. O
rio e o navio estavam tranquilos, em harmonia sem o sofrimento de ver-se
arrastado pela serra acima.
ROLA PEDRA
Minha existência neste
planeta foi isso.
Arrastar inutilmente para
mim, o fardo pesado de um navio de 300 toneladas serra acima e, agora, vê-lo
liberto descendo para remansosas águas serenas.
Sentem? Tão inútil, mas a
um só tempo tão significativo para mim.
Uma amiga que me conhece
bem, percebeu e intuiu isso. Devo-lhe a
interpretação sublime sobre minha vida para mim nada útil.
Analogamente a semelhança
é grande.
Estou devastado fisicamente, mas a alma está serena do dever cumprido.
Ao fim, o que faz o
empreendedor louco e “fracassado” ?
Nada. Uma festa. Só.
Patrocina a execução de uma ópera de Wagner a bordo do velho e estourado navio,
como se um tributo a sua própria vida inútil para si mesmo.
Lindo, não ?
Muito, muito lindo
demais.
Fiquei feliz de entender
a paródia de minha vida.
Abraços e cada um de
vocês.
J. R. M. Garcia.