domingo, 22 de setembro de 2013

VELHICE:- TEMA ETERNO


        Um amigo, gestor do hotel onde moro atualmente, colocou sob a porta de meu apartamento, uma crônica muito bem escrita por Rosana Zaidan. O título: “BIOLOGIA PURA”.
        Texto firme. Enxuto. Sério.
     A cronista vê o envelhecimento sob vários ângulos. Ela afirma que os velhos “...enxergam mal, ouvem pior, andam com dores, trocam palavras...” e continua: “Uma ilha cercada de saudade.” “A verdade biológica é resposta para a dúvida metafísica.” “A velhice, portanto, é uma sonífera ilha.” “Um país da solidão.”
       Ao final reconhece que, a experiência que o velho eventualmente possua somente serve para ele mesmo, pois “os mais jovens não a compreendem”.
     Quanto a infância assim se expressa: “...a infância é uma batalha perdida”.
       Da juventude diz: “Vem a juventude...É o país das ilusões.”
      E, ao final, em um laivo poético recomenda: “Os netos, colheita de luz, oásis seiva, recomeço, milagre. A vida. De novo.”
    Há verdade nas impressões relatadas pela Autora. E muitas verdades.
        Mas, incorrigível cartesiano, pergunto:
Uái ! Se a infância é uma “batalha perdida”, a juventude “...é o país das ilusões” e a velhice “um país da solidão”, por que, com os netos, iniciar uma “colheita de luz, oásis de seiva..de novo”?
        Uma proposta paradoxal?
        Talvez não.  
     Tenham uma ótima semana e que Deus os proteja, sempre.
        J. R. M. Garcia.