Meu último dia em Belém.
Hoje bermudão,
ônibus, camiseta cavada, cinqüenta reais no bolso, cachimbo, olhando as ruas,
parando, vendo lojas, cais, a cidade antiga.
Nada de balsas. Já
paguei minha cota.
Voltarei depois. Mas
não para esta ilha chamada Hilton. Voltarei para um flat, pois ficarei mais
tempo.
A embrulhada jurídica aqui exige
muita atenção. Está muito mais difícil
de resolver do que eu supunha.
Mas este não é o
assunto desta crônica.
Quero explicitar
aqui, com todas as letras, que Belém é uma cidade amável, doce. Muita chuva,
muito calor, mas muito amor também.
A impressão que tive
a princípio, não é real. Fatos circunstanciais e aleatórios deram-me uma
impressão equivocada.
Não sei como se diz
dos naturais desta cidade. Se belenzençe, belenenses. Prefiro chamá-los “filhos
de Belém”. Será porquê nominaram esta cidade com o nome de onde nasceu Jesus?
A verdade é que exceto áreas
específicas e acidentes circunstanciais, todos os naturais daqui -e a maioria
é- são singelos, dóceis, amáveis, solícitos.
Realmente o policiamento é mínimo. E
certamente o índice de criminalidade deve ser também muito pequeno, pois vi
dois guardas apenas e uma viatura da polícia com sirene desligada, rodando serenamente.
As avenidas são
largas, os ônibus circulam com carga pequena, fila mínima nos pontos e a
cortesia parece ser da índole deles. Confusão no trânsito é praticamente
nenhuma.
Pois é !
Agora vou desta
imensa linda baia de água doce que contorna esta cidade, para a ameaçadora São
Paulo.
Ah! Um detalhe.
Na indumentária
desta última volta, também de chinela de dedo.
Uma abraço
amigas(os).
J. R. M.
Garcia.