terça-feira, 27 de maio de 2014

= CHINELA DE DEDO =


Meu último dia em Belém.
       Hoje bermudão, ônibus, camiseta cavada, cinqüenta reais no bolso, cachimbo, olhando as ruas, parando, vendo lojas, cais, a cidade antiga.
       Nada de balsas. Já paguei minha cota.
     Voltarei depois. Mas não para esta ilha chamada Hilton. Voltarei para um flat, pois ficarei mais tempo.
A embrulhada jurídica aqui exige muita atenção.  Está muito mais difícil de resolver do que eu supunha.
       Mas este não é o assunto desta crônica.
    Quero explicitar aqui, com todas as letras, que Belém é uma cidade amável, doce. Muita chuva, muito calor, mas muito amor também.
  A impressão que tive a princípio, não é real. Fatos circunstanciais e aleatórios deram-me uma impressão equivocada.
  Não sei como se diz dos naturais desta cidade. Se belenzençe, belenenses. Prefiro chamá-los “filhos de Belém”. Será porquê nominaram esta cidade com o nome de onde nasceu Jesus?
A verdade é que exceto áreas específicas e acidentes circunstanciais, todos os naturais daqui -e a maioria é- são singelos, dóceis, amáveis, solícitos.
Realmente o policiamento é mínimo. E certamente o índice de criminalidade deve ser também muito pequeno, pois vi dois guardas apenas e uma viatura da polícia com sirene desligada, rodando serenamente.
    As avenidas são largas, os ônibus circulam com carga pequena, fila mínima nos pontos e a cortesia parece ser da índole deles. Confusão no trânsito é praticamente nenhuma.
       Pois é !
   Agora vou desta imensa linda baia de água doce que contorna esta cidade, para a ameaçadora São Paulo.
       Ah! Um detalhe.
       Na indumentária desta última volta, também de chinela de dedo.
       Uma abraço amigas(os).
       J. R. M. Garcia.