Há
muitos sentimentos comuns na espécie humana. Um destes é esse.
Eu perco.
Tu perdes.
Ele perde.
Nós perdemos.
Vós perdeis.
Eles perdem.
Enfim, quem disser que nunca perdeu nada,
que não fez um negócio errado, que desenvolveu um relacionamento nocivo, que se
sente burro em não ter reconhecido um erro por pura idiotice, está mentindo
grosseiramente ou é um tolo orgulhoso incapaz e auto-crítica. Percas há que nos
adoecem e pode mesmo levar-nos à morte. Outras, mais amenas, chateia-nos,
desagrada-nos, coloca-nos tristes mas são absorvidas e, enfim, substituídas. Esta
é uma das injunções da vida a que estamos sujeitos em todas idades.
Eu, que já venho permanecendo aqui neste
planeta por muitos e muitos anos, sou mais que um rosário de erros. Aliás,
sendo sincero, escapei da morte por mera graça divina pelos menos mais de cinco
vezes. Isso as que contei, exceto as que nem percebi.
Mas nenhuma perca é mais grave senão a
perca de si mesmo.
Perder-se de si próprio é consumir-se, corroer-se,
é abandonar-se.
Tenho comigo que para de si mesmo não
se perder, é preciso ter fé. Fé em que aquilo que para nós seriam nossos
destinos, na verdade são outros. É mais: a reflexão sincera e humilde de que o quê não
nos é dado por Deus não nos são tomados, mas sim é o que nos seria um mau
maior.
Tenham uma ótima semana.
Abraços.
J. R. M. Garcia.