sexta-feira, 30 de maio de 2014

= ÚLTIMO DIA =

AEROPORTO   DE  BELÉM

Hoje acordei cedo. A primeira vez aqui.
Indo embora.
É interessante !
Sempre se me dá uma impressão de última vez.
Talvez os sentimentais achem que é assim mesmo.
Mas penso assim: nunca mais estarei aqui  como a primeira vez que cheguei. Agora tudo já não é novo. O atual é mais antigo, é o visto, é o ido.
E isso já me dá saudades do ontem.
Deve ser um modo pessoal  de sentir!
Nunca mais entrarei nesta cidade como entrei no início, esperando encontrar as pessoas que não conhecia, as ruas, as casas, o hotel. Tudo, enfim. O agora já é ontem. Aquela madrugada já deixou de ser.
É como a percepção anímica do tempo fluindo na ampulheta da vida. Sempre indo, indo, indo...O ontem já não é o imediatamente e, o prontamente, também não será o daqui há pouco. Os sorrisos que eu dei já não me alegrarão como a primeira vez.
Mas me alegra a sublimidade do mundo neste giro permanente, inquieto e que tudo continuará como aqui esteve amanhã  e depois, depois e depois...
Muito estranho tudo isso. Somos uma permanência impermanente. Momentos há que consigo realmente sentir que, de instante a instante, vou mudando em um ir constante, apenas registrando fatos, atos, momentos, instantes, desejos, vontades, esperanças.
Um abraço meus Queridos.
Fiquem sempre com Deus. Somente Ele pode explicar alguma coisa.
J. R. M. Garcia.