UNIVERSOS PARALELOS DESCONHECIDOS E INDEFINIDOS
Quando você está
em algum lugar propício para admirar as estrelas, e se a noite
estiver especialmente boa para vê-las, é incrível olhar para cima e se
deparar com semelhante imagem
de esplendor e encantamento.
A maioria das
pessoas fica impressionada pela beleza do céu ou se deslumbram com a vastidão do
universo. No meu caso, passo por uma leve crise existencial, e,
depois ajo bem estranhamente por meia hora. Cada um comporta-se
de um jeito diferente. Contudo, todos ficam arrebatados.
O físico Enrico
Fermi, pediu para deter o carro em local ermo, olhou o firmamento em noite sem
lua, pensou demoradamente e perguntou: “Cadê
todo mundo?”
Para os que não
sabem ou não se lembram, Fermi foi quem dirigiu o
projeto de construção do primeiro reator nuclear na Universidade de Chicago, o
que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física, vindo a resultar em seu final na bomba
atômica que explodiu sobre Hiroshima e Nagasaki, pondo fim a aquela guerra
infinda.
“Cadê todo mundo?”
Mas o curioso aqui é este homem, laureado
em Física pura, gênio, admirável pela amplidão de seus conhecimentos sobre a
matéria quântica, pessoa além da compreensão de todos, vem a se espantar,
curioso, sem entender onde estavam os demais seres inteligentes entre estas
incontáveis miríades de galáxias que pontuavam o céu. Onde estariam as demais consciências, que habitariam os incomensuráveis milhões de estrelas e inumeráveis mundos que as volteavam.
Sua pergunta é uma réplica e um
protesto, pois tinha convicção lídima de que racionalidade existia aos
demais seres a habitavam o Universo. É uma indagação e a um só tempo uma afirmação.
Tenho, também, esta convicção e nem
sei se neste universo que habitamos, tudo não está aqui e agora, apenas
separados por um véu não transparente de maravilhas em nossa volta. Seres e
mundos cercam-me. Inteligências maiores e menores permeiam-se a minha
existência.
Um abraço.
J. R. M. Garcia.