ORANDO
-Cinco horas da manhã, sábado, calor intenso-
Por todos aqueles que, nos hospitais, sofrem
dores atrozes.
Pelos que em seus casebres nenhum recurso
tenha.
Pelos que, agoniados, a ninguém tem a queixarem.
Pelos que, ao lado de doentes, nada tenham a
dizer.
Para aqueles que estão em segundos do suicídio.
Pelos aflitos, que neste amanhecer, ameaçam e
querem desistir da vida.
Pelo frio que assola corpos quase desnudos.
Pela fome que doe sem apelo dentro de si.
Pelos drogados, cuja abstinência, converte em
loucos.
Pelos que não sabem ou já desistiram de orar.
Pelos presos justos e injustos e não sabem
voltar a sanidade.
Pelos loucos de toda ordem.
Pelos que a todos odeiam.
Pelos que perderam as esperanças.
Pelos felizes também que, enfim, esquecem
destas mazelas.
Que Deus nos traga a todos pelo menos um
instante de paz e alegria.
Amém.
J. R. M. Garcia.