sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) =JUSTA REVOLTA =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

JUSTA  REVOLTA


 São 3,50 minutos.
Neste momento que agora escrevo, milhares de pessoas em SP e no Rio estão cansadas, arrastando-se dentro daqueles trens, metrôs, mulheres sendo bolinadas, sofrendo as penas que todos sabemos. Isso quanto não são estupradas em vielas escuras. Mas todos, enfim, tem de ir para o "trabalho escravo" que a baba do Judiciáiro, Lgislativo e Executivo os condenaram. Caminhoneiros, sonolentos, sem ilusão, guião pela madrugada saltando uma refeição para engordar seus chefes, também pobres, porque dependurados em dívidas não conseguem pagar os bancos.
E isso, meu irmão é todo dia. Não há esperança para um povo assim. Quando chove é pior, mas no calor mais de quarenta graus é o clima dentro destes vagões do inferno. 
No serviço público, as filas para assistência médica, a estas horas, já estão longas. Triste sina dos esquecidos pela administração.   
Isso me revolta, me humilha, me deixa com ódio repugnante, pois em camas de luxo, cercado de mulheres muitas vezes, estão estes miseráveis mandriões destes safados de uma falsa república cumprindo sua feitoria de canalhas. Uns (a maioria) sofrendo assim por conta de outros bandidos de brancos punhos, esperando para, de meia capa, dar-lhes sentenças cruéis, previsíveis e já “acertadas” nos tribunais com a conveniência devida.
Seu cães vivem melhores que esta gente e, quando pensar que está ruim, lembre destes miseráveis que  neste instante estão sofrendo dores todos os dias, todas as horas sem sossego, dependurado em trens suburbanos e nem tem  um pedaço de lixo como colchão.
Que Deus nos perdoe se isso for culpa nossa e, provavelmente, é.
J. R. M. Garcia.
<martinsegarcia@uol.com.br>

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS ( Borges e Garcia ) = TALVEZ?=

CRÔNICAS E CONTOS ( Borges e Garcia )




TAlVEZ ?

Navegam eles e a pátria distancia.   
Eles vão, a terra gira, o sol passa, a noite vem, as estrelas já não são as mesmas e a quilha sempre cortando os mares em obstinado destino.
Quem vai? Quem viaja? Quem ficou? Eles, os lares e filhos que deixaram? Tudo gira e eles vão como vai a própria vida.  Vão uns e outros ficam. Mas de exato, é o que fica na alma de cada um. Ambos navegam. Eles com o coração, a família com saudade eterna.
O casario debruçado com seus tapetes vermelhos, ainda brilha sobre seus olhos enevoados de lágrimas.
E seja onde for, pois nunca por lá ninguém esteve, a última lembrança será para a pátria, a família, os filhos, esposa.
Que morram e não voltem, mas esta é a última e exata lembrança e certeza.
O único ponto fixo que não transcorre está em sua alma.
Será o último pensamento.   
Navegam eles em distância ao torrão amado. Ambos navegam. O casario  debruçado em lágrimas no Tejo e eles no singrar da proa.
Um talvez?[JG1] 



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = = GOSMA REPUBLICANA =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)


 GOSMA  REPUBLICANA

A independência surge neste país de uma confluência maléfica. Um imperador em guerra, doente, lutando para depor seu irmão, p qual lhe roubava a coroa em Portugal; um filho de cinco anos Regente de outro reino que era, também, seu; um general igualmente muito velho e doente. Tudo isso coincide.
D. Pedro Iº, muito novo, corre para Portugal (meses de viagem) onde a Coroa do Reino português está em risco. Derruba o tirano seu irmão,  descendo nas águas do Atlântico a pé, sobre uma praia deserta, sob chuva torrencial, a noite. É, neste sentido, um herói. Morre um ano depois.
Mas deixa aqui como educador de seu filho pessoa civilizada, José Bonifácio e D. Pedro IIº, Imperador do Brasil, com uma regência sob a obrigação do  filho.  Ninguém mais capaz que José Bonifácio,  do qual foi inimigo, mas reconhecia nele valores acima dos que ele próprio havia sido criado.

-A NOBREZA NO BRASIL -

Era direito do imperador, como chefe do poder executivo, conceder títulos e honrarias. Os títulos de nobreza eram, em ascendente:   barãoviscondecondemarquês e duque. Além da posição na hierarquia social, havia outras distinções entre as fileiras: condes, marqueses e duques eram considerados os "Grandes do Império", enquanto os títulos de barões e viscondes poderiam ser agraciados "com Grandeza" ou "sem Grandeza". Todas as posições sociais da nobreza brasileira eram tratadas como "Vossa Excelência", habito que permanece até hoje entre os atuais marginais do Congresso e Judiciário.
Entre 1822 e 1889, 986 pessoas se tornaram nobres. Apenas três se tornaram duques: Augusto de Beauharnais, 2º Duque de Leuchtenberg (como Duque de Santa Cruz, cunhado de Pedro I), Dona Isabel Maria de Alcântara Brasileira (como Duquesa de Goiás, filha ilegítima de Pedro I) e, finalmente, Luís Alves de Lima e Silva (como Duque de Caxias, herói da Guerra do Paraguai). Os outros títulos concedidos foram os seguintes: 47 marqueses, 51 condes, 146 viscondes "com Grandeza", 89 viscondes "sem Grandeza", 135 barões "com Grandeza" e 740 barões "sem Grandeza", resultando em um total de 1.211 títulos nobres. Havia menos nobres do que títulos de nobreza, porque muitos foram elevados mais de uma vez durante a sua vida, como o Duque de Caxias, que foi feito pela primeira vez barão, depois conde, em seguida marquês e, finalmente, foi elevado a duque. Os título da nobreza não se limitavam aos brasileiros do sexo masculinoThomas Cochrane, 10º Conde de Dundonald, um escocês, foi feito Marquês de Maranhão pelo seu papel na Guerra de Independência do Brasil e 29 mulheres receberam doações da nobreza em seu próprio direito, embora não o tendo.
A pequena nobreza, que não tinha títulos, nem tradição, nem cultura, nem erudição era composta por membros das Ordens Imperiais. Havia seis delas: Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus CristoOrdem de São Bento de AvizOrdem Militar de Sant'Iago da EspadaOrdem Nacional do Cruzeiro do SulImperial Ordem de Pedro Primeiro e Imperial Ordem da RosaAs três primeiras tinham graus de honra, além de grão-mestre (reservado apenas para o imperador): cavaleiro e comandante. As três últimas, no entanto, tinham diferentes níveis: a Ordem do Cruzeiro do Sul com quatro, a Ordem da Rosa com seis e a Ordem de Pedro Iº com três.
E o resto.
Era somente resto . (negros libertos, estrangeiros, pobres e dedicados a trabalhos manuais e ao cultivo da terra, comerciantes etc.)
Com o advento da Repúbliaca Constitucional, a partir da Proclamação da República em 1889, houve diversas bases esclarecedoras para a queda do Império. Assim, as versões se explicavam nas tensões relativas ao Estado e a Igreja, as questões militares e republicanas e a abolição da escravatura, que se antecede em um ano em relação à instauração do regime republicano. Partindo desse pressuposto, o texto visa enfatizar as novas versões que se puseram para a queda do Império a partir da década de 30, se configurando num revisionismo .

- NÃO HOUVE QUEDA DO IMPÉRIO –

“A partir de 1930, quando se inaugurou um novo período da vida política do país, a história do Brasil] passou a ser vista de forma inteiramente nova. A crise política de 1929 e a consequente desorganização da economia cafeeira, suporte do Império e da Primeira República, o processo de industrialização, a urbanização com seu cortejo de influências, a ascensão lenta e progressiva da classe média, a formação do proletariado, os progressos do capitalismo industrial modificaram a perspectiva do historiador.” [VIOTTI, 2008, p. 453](Emília Viotti)
Marechal Deodoro estava muito doente, como morreu logo depois, e sob o efeito de malária e febre amarela, febril vai ao palácio em uma carroça e lá monta  um cavalo mais condigno ao momento.
Dizem alguns historiadores que ele gritava: “Viva o Imperador!” e a soldadesca e o povo respondia: “Viva a República!” E assim, nesta confusão o Imperador, que estava fora do Palácio, a “Independência do Brasil foi feita.” Um homem quase morto e um infante ausente.

- CORONELISMO E SEUS FILHOTES -

Coronelismo é um brasileirismo  usado para definir a complexa estrutura de poder que tem início no plano municipal, exercido com hipertrofia privada (a figura do coronel) sobre o poder público (o Estado), - tendo como caracteres secundários o mandonismo, o filhotismo (ou apadrinhamento), a fraude eleitoral e a desorganização dos serviços públicos - e abrange todo o sistema político do país, durante a República Velha. Era representado por lideranças que iam desde o "áspero guerreiro" Horácio de Matos a um letrado Veremundo Soares, possuindo como "linha-mestra" o controle da população. Como forma de poder político consiste na figura de uma liderança local - o Coronel - que define as escolhas dos eleitores em candidatos por ele indicados, e a indicação dos juízes que presidiam as eleições.
E, aqui  prefiro concluir.
Estes filhotes de coronéis, apadrinhados, usando da hipertrofia privada, de um povo pobre e infeliz, são os mesmos que ocupam a
Câmara e o Judiciário em seu poder maior, até hoje. Os nobres foram substituídos pelos cartorários. Os coronéis por eles mesmos e os magistrados pelo auto clero onde nada lhes falta.
Somos esta gosma fétida, uma baba nojenta, onde de longe passa uma pessoa decente e trabalhadora.
J. R. M. Garcia




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = REMORSO =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

REMORSO 


Quem não o tem ?
A palavra vem do latim, “ (lat remorsu)  Aflição, tormento de consciência, por um ato mau que se praticou. 2 Revolta da consciência contra uma ação pecaminosa ou culpável; remordimento; arrependimento.”
Todos a conhecemos.
Eu, nas várias vezes em que penso a vida, sinto esta pancada forte no coração. Ela é mais comum aos velhos que aos novos. Por alguma razão, a não ser que seja algo exagerado, o jovem a ignora e vai levando satisfeito a vida. 
Mas com a idade, o “tormento de consciência” vem, menos como uma justificativa moral e mais com uma vontade de rever o passado e acudir o que não deveríamos ter feito.
Agora, cá de cima destas quantidades enorme de décadas, vemos o quanto de besteira alguns estão fazendo, já fizeram, continuam a fazer. Entristeço.
Tenho remorso sim. Muitos. Mas nunca na base com os quais infringiram desgraças à minha vida. Escapei de alguns, outros perdi pedaços do corpo, outros mordi-me de ódio e poucos jamais darei conta de perdoar. E isso julgo uma triste sina. Pois aquele que não perdoa carrega também, na memória, a dor que à época o magoou.
Para o amigo que me lê, tenha para si um propósito: nunca esqueça o seu mal feito e, também, o de seu semelhante, mas marque ambos, para que ambos nunca mais se repitam.
Um ótimo fim de semana.
J. R. M. Garcia.
<martinsegarcia@uol.com.br>
  


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS ( Borges e Garcia) -CAMINHOS DE DEUS-

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

CAMINHOS  DE  DEUS


Estou certo de que muitos  -a maioria quase absoluta-  haverá de  considerar-me louco ou diletante nesta sugestão sobre os “caminhos de Deus”. Pois que assim o seja, mas já não vejo como não assumir um paralelo entre ciência e religião.
O ser humano vem, por milhares de séculos, no desejo de encontrar Deus. Desde religiões enlouquecidas até as pregações mais brandas. Vai do sacrifício da vida humana a animais e muitas outras fórmulas exóticas, quando não inteiramente safadas, o que às vezes acontece também na ciência.
Esquecendo por alguns instantes o caminho das religiões e olhando a História da Ciência, as religiões ficaram estáticas, enquanto a ciência criou verdades irrefutáveis descortinando novos horizontes.
        Galileu, Newton e Laplace,  introduziu lá no passado algumas das bases da metodologia científica, presos à simplicidade da obtenção de modestos resultados.
Henri Poincaré em 1880 viu a impossibilidade de resolução das equações diferenciais não lineares, na busca das leis da uniformidade e da unificação dos sistemas físicos. Desanimou.
Einstein e Paul Langevin, bucam no início do século XX, meios capazes utilizados para descrever e entender fenômenos meteorológicos, crescimento de populações, variações no mercado financeiro e até movimentos de placas tectônicas, entre outros. É, enfim, o que chamaram "efeito borboleta", teorizado pelo matemático Edward Lorenz, em 1963.
Segundo aquela metodologia, a ciência continuou gradualmente a sua expansão em direção à determinação das realidades físicas, mas absurdamente longe de uma factibilidade prática.
Normalmente este efeito é ilustrado com a noção de que o bater das asas de uma borboleta num extremo do globo terrestre[JG1] , pode provocar uma tormenta no outro extremo, no intervalo de tempo de semanas.
Até a década de 1980, os físicos defendiam a tese de que o universo era governado por leis precisas e estáticas, portanto os eventos nele ocorridos poderiam ser previstos. Porém a teoria do caos mostrou que certos eventos universais podem ter ocorrido de modo aleatório. Caíram no que estava mais próximo com os Atratores e Fractais
Ambos extremamente complexos para serem cuidados aqui.
Depois Stephen Hawking, descobriu o que pretensiosamente nominou “a partícula de Deus”, tal seja, a energia que transformou matéria em uma partícula no aparelho acelerador tubular, CERN  (Organisation Européenne pour la Recherche Nucléaire).
Agora, semana finda, vendo a explosão de 570 bilhões de sois em um único segundo, é de espantar. Imagine uma explosão que brilha com a energia de 570 bilhões de vezes maior do que o Sol. É de 10 a 20 vezes maior que o total emitido por todas as estrelas da Via Láctea juntas. Foi o que permitiu sua detecção imediata, mesmo a uma distância de 3,8 bilhões de anos-luz de nosso planetinha. 
Esta semana prova-se a detecção das "ondas" magnéticas, o fenômeno foi previsto há 100 anos. Nesta semana, pesquisadores anunciaram esta descoberta fantástica e complicada. Eles detectaram ondulações no tecido que forma o universo. Um fenômeno que foi previsto por  Einstein há cem anos e que abre uma nova Era para a astronomia. O que os pesquisadores do projeto Ligo (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) encontraram essencialmente foram "distorções no espaço e no tempo" causadas por um par de objetos com massas imensas interagindo entre si. O espaço, que para Newton era plano é, agora, vago e dependente de fenômenos de “ondas gravitacionais”.
Pergunto-me: a Ciência caminhou e as religiões hoje em vigor no mundo?
Ficaram paradas, buscando a assertiva de um ato de fé, seguindo rituais alguns estranhos, outros tolos e inócuos, porém todos teatrais.
Dentro da busca científica, tudo no universo demonstra uma evolução lógica trabalhosa em busca de padrões em determinação de um campo racional, tanto em enormes grandezas como em diminutas grandezas.
E onde isso leva?
Leva a uma Lei universal única ou múltipla, capaz de trazer Deus aos corações de todos nós, apontando nossa insignificância frente ao universo sem preocupações éticas, balizando em eventualidades provadas, na crença que Deus mesmo pode gerir-se sem o ser humano, seja este de que forma for.
Santo Agostinho, em um lapso de luz,  lá nos 200 anos a.C., vê a graça como um ato de vontade que, independe do bem e do mau, gera infelizes e felizes sem qualquer preocupação moral, ética ou anímica, a causal ou motivada. Chegou perto, mas longe demais de uma realidade tal qual quase dois mil anos passaram.
Procure Deus em seu ato de fé. Ele pode estar ai, mas busque seu entendimento na Ciência, onde luz especial alguma existe, apontando seu caminho e saiba que, com seu amor a Êle, somente pode servir à sua solidão.  Ele é uma causa incausada. Talvez uma Lei que sequer saiba que existe, mas que gere o mais ínfimo átomo a bilhões de sois.
Mas, é claro, faça o melhor que puder de sua fé.
Mas a Ciência é “caminho de Deus”.
J. R. M. Garcia.
<martinsegarcia@uol.com.br>





domingo, 14 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) =Dona Dilma=

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)   
=Dona Dilma=


Tudo me leva a crer que esta mulher Dilma, pensa que vai ao banheiro, faz o uso que lá entende de fazer e, depois,  dá descarga. Deus resolve o resto. O cocô vai para o esgoto, joga em algum córrego e as águas deste, aberto ao céu, segue ou para alguma lagoa ou para o mar. O mesmo acontece com Lula, Palocci, Zé Dirceu e esta corja toda. E é, de fato assim.
Esquecem que milhares de favelados fazem a mesma coisa tanto em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e neste Brasil todo de duzentos milhões de habitantes cagam sem qualquer tratamento. As vezes na rua nas grandes aglomerações.
Ah ! Esta infeliz mulher pensa que, defumando as ruas em terrenos vagos (trilhões), combaterá esta a tal de dengue, zica etc.
Não senhora Dilma. Não é assim. Seu cocô é tratado – ou deveria ser tratado – em estações próprias onde a desinfecção é feita, bem como o de Zé Dirceu e Palocci. Não jogado no Tietê ou no lago de Brasília.
A senhora já foi no SUS, dona presidente?
Viu como aquilo lá é nojento? Já experimentou ouvir os gritos de dor e desespero de seus irmãos ali sujeitos aos primeiros socorros. Já fez cocô em uma privada pública deles? Claro que não, né? Pois é! Fede igualzinho aos demais.
Vá lá e faça um xixi.
Aqui, do décimo oitavo andar do hotel vejo a cidade de Belém. Se a senhora soubesse que nem os "dronnes" do  mundo todo conseguem resolver isso. Só se a Força Aérea norte americana, passar voando sobre a cidade com os tanques carregados com defumador e intoxicar o povão, matando todos, mata o mosquito.  
Dona presidente: a senhora esta zonza e agora vem esta praga de zica. Será que no sítio de seu amigo Lula tem este Zica?
Deixe disso minha senhora. Vá descansar. Outros virão para ver se conseguem resolver um pouco deste problema insolúvel que está nas mãos de seu partido há mais de treze anos.
A senhora não resolverá nada.
Bom sono dona Dilma.
J. R. M. Garcia.
<martinsegarcia@uol.com.br>

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = Causo verídico =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

Causo   verídico

samurai

Faz muito tempo.
Tudo é muito antigo em mim.
Fui contratado para o quê devia de ser uma concordata em Araguari. E, para lá fui. Tudo indicava que seria mesmo  concordata (hoje chamam de recuperação judicial).
A dívida maior era com a firma de um japonês em São Paulo. Eles vendiam, naquele tempo, insumos para agricultura. Quanto aos bancos controlamos a situação. 
Havia ainda mercadoria encalhada na empresa procedente da fornecedora de adubos.
Pedi para ver uma saca lacrada. Olhei. Vi uma fórmula muito bem descrita, especificando o que deveria conter no dito ingrediente.
A firma credora ameaçando protestar os títulos, como de fato protestou.
Peguei uma saca lacrada do dito adubo e fui para Campinas, para o CATI (Coordenadoria Técnica de Assistência Integral).
Pediram-me uma semana ou mais para analisar o material. Era tempo demais. E os protesto do japonês caiam. E sofrendo e esperando. O cliente cada vez mais angustiado.
Telefonava dia sim, dia não no CATI.
Uns 20 dias depois, eles disseram: “O resultado de seu material está aqui.”
Pronto.
O que dizia que estava na fórmula e não condizia em nada com o material. Faltava tudo.
Fui para São Paulo, sede da empresa fraudulenta.
Dei-lhes a fotocópia, (nesta época já existia), do laudo do CATI, instituição das mais famosas no Brasil.
Sumiram dois dias. No terceiro apareceram no hotel simples onde hospedava em São Paulo.
Queriam acordo.
Não concordei. Pedi para devolver o resto da mercadoria e o perdão integral da dívida.
Berraram. Espernearam. Tentaram tudo.
Eu firme.
No fim concordaram, mas surgiu outro problema. Topo com um pseudo-samurai.
E aqui entra a filosofia dos japoneses, tão antigas como antes de Cristo.
Eles me trariam a composição de acordo sem eu ver o dono da empresa assinar. Isso não aceitei. Ou eu via ele assinando ou, nem com firma reconhecida, não servia. Eles são irredutíveis nesta coisa de costumes. Mas eu não podia confiar.
E esse impasse ficou por mais três dias.
No fim fui até a empresa, sem portar o laudo, sem assinar o documento de acordo, mas com ele na pasta. O filho, que no princípio me tratava bem, sua vontade agora era matar-me, pois disse que ia desmoralizar o Samurai com uma chantagem. Era interessante! Eles ladrões e eu “chantagista”. Mas não os chamei de ladrões. Apenas fiquei firme.
Vi o velho, o Samurai assinar. Ele não olhou para mim e saiu em um minuto sem cumprimentar-me.
Ganhei a concordata.
Fato real.
Boa Quarta Feira.
J. R. M. Garcia
<martinsegarcia@uol.com.br>




segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = 570 BILHÕES DE SÓIS =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

570 BILHÕES DE SÓIS



        Imagine uma explosão que brilha com energia de 570 bilhões de vezes maior do que o Sol. É de 10 a 20 vezes maior que o total emitido por todas as estrelas da Via Láctea juntas.         Foi o que permitiu sua detecção imediata, mesmo a uma distância de 3,8 bilhões de anos-luz de nosso planetinha. 
Com esse nível de energia, ela foi facilmente classificada como uma supernova superluminosa.
O que isso quer dizer? 
Em essência, que os cientistas ainda não sabem direito o que leva ao seu surgimento. Desde a primeira detecção de uma explosão do tipo, feita duas décadas atrás, houve apenas um punhado de supernovas superluminosas observadas — nenhuma tão brilhante quanto a de agora.
Mas não se preocupe. Isso aconteceu há milhões de anos luz de distância de nosso planetazinho. Direta, até onde podemos entender, nada afeta aqui nesta terrinha estes fatos distante.
O que se dá, é que apenas nos dá uma ideia limitada do que somos por aqui.
A matéria vem da fonte de SALVADOR NOGUEIRA.
J. R. M. Garia.
<martinsegarcia@uol.com.br>

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) _= COICE DE MULA =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

COICE  DE  MULA


COICE   DE   MULA

Há muito tempo, ainda era vivo Leonel Brizola e David Nasser. O primeiro político. O segundo jornalista. Ambos inimigos acirrados. Um gaúcho, Brisola e, o outro, carioca, David, cronista mais lido  da principal revista do país.
“O CRUZEIRO” era uma revista de nome nacional. Aquela que ia nas asas da Varig aos rincões mais remotos do país. Ainda um Brasil ingênuo, onde as senhoras não usavam biquíni e muitas nem calça comprida. Eram saias rodadas na maioria até acima do joelho - no meio da canela. Não existiam trombadinhas, nem fome, nem estas coisas horríveis que a gente vê. Um Brasil onde o furto era modestos e discretos, sem o descaramento e cinismo atual.
A vida política, social e econômica  era essencialmente em São Paulo e no Rio. Lá era o “jet set” como diziam. Brasília nem era ainda sonhada.
Tanto São Paulo quando o Rio somente tinha o Santos Dumont e o Congonhas. Se quisessem encontrar algum figurão era ali onde trafegavam os aviões  Lockheed L-188 Electra. Ótimos aviões. O Santos Dumont era menorzinho, com uma pista que tanto no pouso quanto na decolagem exigiam atenção por parte dos pilotos e tripulação. Não existia ao acréscimo que hoje lhe foi feito, nem a ponte Rio-Niteroi existia. A ponte aérea Rio-São Paulo era o mimo. Pessoas trabalhavam em S.Paulo e Rio eram consideradas chiques.
Bons tempos aqueles!
Aos fatos.
Davi Nasser, escreveu um pesado artigo contra Leonel Brisola. Coisa de parar a imprensa. Assunto escabroso, na linguagem mais pesada que se usava na época. Eu não me lembro, mas era acachapante.
Brisola jurou que, quando  encontrasse Nasser, fosse onde fosse, dar-lhe-ia um murro igualmente de estourar os miolos.
        Passados  menos de um mês Brisola vê Nasser no meio da multidão de embarque do Santos Dumont. Rapidamente, sem diálogo, sem uma troca de xingamentos vai rumo a David e, com toda força, estoura-lhe um murro no rosto onde dois dentes caem-lhe da boca e ele desmaia. Naquele tempo os homens eram ainda assim. Restava um pouco de virilidade. Nasser foi hospitalizado e Brizola, fagueiro e feliz foi para o Rio Grande.
Nasser na próxima sexta feira escreve um artigo pior ainda sobre Brizola com o título COICE DE MULA e publica. Mas a raiva de Leonel já se havia desfeito. Consta que David, até o fim da vida, guardou os sinais do “coice de mula” no rosto.
Este nome do artigo fez-me lembrar de outros tempos, vinte anos atrás.
Também levei um coice de mula sem aspas. Real. Sem pena.
Aproveitando a paciência do leitor vou contar.
Tendo comprado uma propriedade rural em uma região serrana, entrei logo em discussão com um dos vizinhos. Ele queria, na marcação imprecisa, que a fazenda dele chegasse até uma linda cachoeira no meio de minha propriedade.
Mas, para tirar dúvidas, fomos lá no local. 

ESTA  A  CACHOEIRA  DA  DISCÓRDIA

Compensava “brigar”.
Ele sugeriu que subíssemos a serra. Ele a cavalo e eu a pé.
Não desisti. Não podia desistir:
--Vamos.
Ele cavalgando uma mula ajaezada e eu a pé.
Eu já sabia, tinha experiência de outras empreitadas, de ir segurando a calda do animal. Já utilizara o método em Goiás.
E assim fomos. O animal com ele montado, eu segurando firme na calda, sendo arrastado aos trancos e barrancos pela forte mula.
Uma hora  - talvez um pouco menos -  e chegamos ao pico de onde víamos  toda fazenda em baixo.
A mula, que na subida não reagira, pois se o fizesse ela mesma cairia encosta abaixo, quando chegou no plano dá um coice que pegou em minha perna na parte mais alta. Caí longe. O coice pegou na coxa, próximo a minha genitália. Um local perigoso, mas firme. Na canela quebrava-me a perna, no estômago moeria as entranhas, no peito afundaria minha caixa torácica.
Não conversamos mais. A cachoeira era minha e nem o vizinho falou mais disso. Daí para diante a conversa seria a bala. Desci só, em silêncio, mancando da serra.
Até hoje tenho a marca do coice.
A vida é mesmo assim. Alguns por muitos, outros por pouco, mas sempre levam seus coices.
         J. R. M. Garcia
<martinsegarcia@uol.com.br>


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = A INFORMÁTICA AJUDA OS LADRÕES =

CRÔNICAS E CONTOS( Borges e Garcia) 
A INFORMÁTICA AJUDA OS LADRÕES

Poucos são os que lerão este artigo. Eu sei.
Contudo, o cronista tem de falar sobre estes assuntos chatos. O bom seriam piadas cheias de humor, de historietas interessantes. Mas isso seria uma falta grave neste momento.
Quase todos vocês sabem. Mas uns poucos não.
O que vem a ser a CPMF, esta siglazinha indecente? Ou decente. Sei lá! A verdade é que é grande  sua importância moral e ética.
“CPMF significa Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. É um imposto cobrado por todas as movimentações financeiras feitas por pessoas jurídicas e físicas. Esta cobrança recaia sobre as movimentações bancárias dos contribuintes e vigorou entre 1996 e 2007. Esta cobrança incidia sobre as movimentações bancárias dos contribuintes e vigorou entre 1996 e 2007. A cobrança inicial era de 0,25%, aumentando para 0,38% em 2002.”
Agora, o que o governo e governistas querem é fazer esta mesma incidência deste imposto sobre nós. Você, eu o cara da esquina, o pequeno comerciante, o operário e, enfim, todos.
Vocês sabiam que durante 5 meses nós trabalhamos para o governo?  E o restante dos dias para nós. Somos um plutocracia organizada, já que nos roubam 5 meses de nossos rendimentos e salários.
Por isso, meus irmãos, marquem o nome dos deputados que votarem nesta roubalheira a favor desta CPMF. Marquem e nunca mais esqueçam seus nomes para não votarem mais neles.
Tentem serem felizes.
J. R. M. Garcia.
<martinsgarcia@uol.com.br>


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS(Borges e Garcia)

TUDO PARA O TP


Zica, tuberculose, subnutrição, esgotos a céu aberto, lepra, verminose dentro da barriga dos ricos, uma miscelânea de pobres, ricos ainda misturadas a outros seres da origem da pedra, álcool, prostitutas em todas esquinas por fome, miséria, desespero, dívidas. 
Gente!
Façamos como o Imperador do Acré, Galvez. Entreguemos isso ao PT. Quando todos eles desistirem da lepra que estão implantando, devolverão os destroços. Talvez, aí, possamos fazer alguma coisa. Tentar criar uma nação.
Há muito tempo assisti a um filme que narrava amazonenses do neolítico tentando adentrar  à sociedade de consumo. Os fatos reais se deram nesta horrível tarefa. O Acre, que fora durante todo o período colonial um Estado separado do Estado do Brasil, atravessou a séria crise de sua anexação ao Brasil e de revoltas contra o poder do Rio de Janeiro e/ou contra a desigualdade social, contra os costumes onde  padeciam sobretudo os negros e os indígenas.
Publicado pela primeira vez em 1976, o romance de estreia de Márcio Souza, Galvez, Imperador do Acre, é considerado pela crítica uma obra que inaugura um novo momento no que tange à narrativa brasileira. Em que as cenas são descontínuas tendo em vista a simultaneidade das ações, a obra em questão é dotada de uma linguagem telegráfica calcada em pequenos quadros que remetem a cenas e tomadas de um filme.
É confuso os fatos como a obra.
Ela sumiu.
                A coroação bufa, que aparece em toda sua plenitude quando na trama se acompanha a conquista do Acre por parte de Luiz Galvez e sua tropa revolucionária. O ponto alto do feito histórico/histriônico é cerimônia de coroação do espanhol como imperador daquelas terras, regada por muitas bebidas alcoólicas, com inúmeras orgias acontecendo e toda uma série de eventos desestabilizadores da ordem que concomitantes resultam na dissolução de qualquer hierarquia instituída. Do mesmo modo, seu posterior destronamento contém todos os mesmos elementos da solenidade entronizadora. E tal como um legítimo rei bufo de um festejo carnavalesco no momento de sua deposição, Luiz Galvez sofre também a humilhação da retirada em plena praça pública e tem suas vestes reais despojadas ali mesmo. Encerra-se com isso o ciclo vital daquele universo carnavalizado, passando então a vigorar uma nova ordem das coisas com a retomada do controle militar e político do Acre por parte dos bolivianos.
Veja este diálogo entre Juno e Flora:
“Ouçam uma orquestra de quinze músicos cansados a executarem numa madrugada de domingo a Tritschtratsch, polca de Strauss dentro da Câmara Municipal.
Galvez – Uma casa seleta.
Trucco – Um caralho de conselho municipal.
Galvez – Me parece o paraíso.
Trucco – Será que as meninas não querem beber?
Uma cocotte – Oui, mon copain...
Outra cocotte – Champanha, sim...
[...]
Galvez – Madre de Dios!
Trucco – Aqui a história se faz nos bordéis.
Galvez – É história sagrada...
Trucco – De políticos e ricos de bosta. (SOUZA, 1998, p. 20)

“Morriam no Acre, anualmente, oito crianças entre vinte, nos primeiros dias de vida. 20% da população ativa sofria de tuberculose. 15% de lepra. 60% estava infectada de doenças típicas de carência alimentar. 80% da população não era alfabetizada. Não havia médicos no Acre. Um quilo de café custava 0$20. 40% da borracha fina do Amazonas vinha do território acreano. (SOUZA, 1998, p. 82, 154).”
Esta era a realidade.
Hoje Lula, um bufão despreparado mesmo para a peça que quer representar, mais toda administração sua e de seus asseclas, pretendeu jogar o país frontalmente de testa com a sociedade moderna.
É uma desgraça quando temos ainda índios que na tem a noção de números, de quantidades, como fez publicar a revista Época. E estas vítimas estão envolvidas em uma sociedade de consumo onde cartões de crédito pretende serem usados.
E isso vai de A a Z. Tudo igual.
Zica, tuberculose, subnutrição, esgotos a céu aberta, lepra, verminose dentro da barriga dos ricos, uma misselânia de pobres, ricos ainda misturadas a outros seres da origem da pedra, álcool, prostitutas em todas esquinas por fome, miséria.
Gente!
Façamos como o Imperador do Acré, Galvez. Entregou bêbado tudo à República.  Entreguemos isso ao PT. Quando todos eles desistirem da lepra que estão implantando devolverão os destroços. Talvez. Aí, possamos fazer alguma coisa. Tentar criar uma nação.
Tentem ser felizes. 
J. R. M.Garcia