ZERO A ZERO
O jogo terminara. E ali
no barzinho os dois discutiam o resultado. Ambos torciam para times contrários.
--Não concordo. Se lá
estivesse Garrincha a coisa seria diferente.
--Deixa de ser burro.
Garrincha morreu. Se falo que lá
estivesse Gilmar ele pegava aquela bola.
--Tá ! Você está certo.
Um time do passado não é como esta porcaria do seu, que nem técnico tem.
--Com não? Técnico não
tem é o seu.
--Quer saber...quer
saber...o juiz roubou aquele pênalti, viu ?
--Roubou? Se tivesse
roubado aquela falta também tinha sido.
--Garçommm...-gritando-
Mais uma cerveja....
--E sabe porque pedi
mais uma cerveja? Para meter ela na tua cabeça. Burro. Discoisado. Quer ver
defunto em campo vá no cemitério...
Entra os outros amigos.
--Calma gente ! Calma !
Isso aqui não é rinha de galo.
E saiu xingando todo
mundo no barzinho.
--Vão a merda vocês –
aos gritos- o juiz roubou. E foi embora. Talvez brigar em outro bar.
Vi este fato e pensei
nos dois sócios que não chegavam em um acordo. O negócio da venda dera
resultado igual: empatado. Ninguém ganhou. Somente fingiram que eram
fazendeiros. Agora com certeza vão
brigar em outro bar, pois sempre existe um “mas” ou um “se”. Se o preço de
compra foi melhor, se tivesse chovido, mas tudo ficou como estava etc. etc.
A vida é isso aí.
J. R. M. Garcia.