domingo, 24 de julho de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = ZERO A ZERO =







ZERO  A  ZERO

O jogo terminara. E ali no barzinho os dois discutiam o resultado. Ambos torciam para times contrários.
--Não concordo. Se lá estivesse Garrincha a coisa seria diferente.
--Deixa de ser burro. Garrincha morreu. Se falo  que lá estivesse Gilmar ele pegava aquela bola.
--Tá ! Você está certo. Um time do passado não é como esta porcaria do seu, que nem técnico tem.
--Com não? Técnico não tem é o seu.
--Quer saber...quer saber...o juiz roubou aquele pênalti, viu ?
--Roubou? Se tivesse roubado aquela falta também tinha sido.
--Garçommm...-gritando- Mais uma cerveja....
--E sabe porque pedi mais uma cerveja? Para meter ela na tua cabeça. Burro. Discoisado. Quer ver defunto em campo vá no cemitério...
Entra os outros amigos.
--Calma gente ! Calma ! Isso aqui não é rinha de galo.
E saiu xingando todo mundo no barzinho.
--Vão a merda vocês – aos gritos- o juiz roubou. E foi embora. Talvez brigar em outro bar.
Vi este fato e pensei nos dois sócios que não chegavam em um acordo. O negócio da venda dera resultado igual: empatado. Ninguém ganhou. Somente fingiram que eram fazendeiros.  Agora com certeza vão brigar em outro bar, pois sempre existe um “mas” ou um “se”. Se o preço de compra foi melhor, se tivesse chovido, mas tudo ficou como estava etc. etc.
       A vida é isso aí.
       J. R. M. Garcia.