Como já
disse aqui, fui criado por quatro anos em internato de padres católicos. Mais
precisamente, dos treze aos dezessete anos. Jesuítas.
Pois é!
No pátio
interno havia amplo jardim entre as edificações. Neste jardim tinham quatro
gaiolas grandes, destinadas a viveiro de pássaros, fixadas ao solo.
Essas
gaiolas, contudo, destinavam-se a um uso diferente da ocupação com pássaros.
Éramos
mais ou menos uns trezentos alunos que moravam no estabelecimento. As quatro gaiolas
destinavam-se a detenção de internos sob efeito de surtos de rebeldia, “danação” e
estripulias gerais.
Era assim.
JARDIM INTERNO DO COLÉGIO
No canto à esquerda ao fundo, na direita da foto e
na frente as “gaiolas” redondas
Aqueles
colegas que faziam “baderna” nas salas de estudos, nos refeitórios, nos
dormitórios, nas enormes áreas de recreação, nos pátios de futebol, nos de
basquete e vôlei, nas piscinas iam literalmente para as “gaiolas”. Ficavam
isolados ali nos jardins, expostos a observação geral dos outros que passavam
em fila indo e voltando para o recreio nos corredores. Estavam proibidos do
convívio com os demais colegas, da prática de esportes e, enfim, dos folguedos
gerais de todos.
Mas o
ambiente era alegre, extremamente salubre com amplo jardim à volta.
Isso seria
“bullying”,
estimulado pelos padres?
Sei lá!
Penso que não. Nunca vi sob este ângulo.
Nunca
desestimularam que reagíssemos como poderíamos, inclusive com verdadeiras
“batalhas campais”, as quais fazíamos sim. Ao contrário, a reação e ação, eram
estimuladas pelos dirigentes. Entre jesuítas não se tolerava covardia.
Afinal
tudo era farra, bagunça, brigas de tapas, brincadeiras, sorrisos e muita
alegria. As disputas eram mais renhidas no esporte e intelectuais.
Se aquilo fosse “bullying” era m“castigo”alegre, feliz,
cristão e eficiente.
Gente!
Ótimo fim
de semana a todos vocês.
J. R. M.
Garcia.