quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

= SERIA “BULLYING” ? =

Como já disse aqui, fui criado por quatro anos em internato de padres católicos. Mais precisamente, dos treze aos dezessete anos. Jesuítas.
Pois é!
No pátio interno havia amplo jardim entre as edificações. Neste jardim tinham quatro gaiolas grandes, destinadas a viveiro de pássaros, fixadas ao solo.
Essas gaiolas, contudo, destinavam-se a um uso diferente da ocupação com pássaros.
Éramos mais ou menos uns trezentos alunos que moravam no estabelecimento. As quatro gaiolas destinavam-se a detenção de internos sob  efeito de surtos de rebeldia, “danação” e estripulias gerais.

Era assim.

JARDIM INTERNO DO COLÉGIO
No canto à esquerda ao fundo, na direita da foto e na frente as “gaiolas” redondas

Aqueles colegas que faziam “baderna” nas salas de estudos, nos refeitórios, nos dormitórios, nas enormes áreas de recreação, nos pátios de futebol, nos de basquete e vôlei, nas piscinas iam literalmente para as “gaiolas”. Ficavam isolados ali nos jardins, expostos a observação geral dos outros que passavam em fila indo e voltando para o recreio nos corredores. Estavam proibidos do convívio com os demais colegas, da prática de esportes e, enfim, dos folguedos gerais de todos.
Mas o ambiente era alegre, extremamente salubre com amplo jardim à volta.
Isso seria “bullying”, estimulado pelos padres?
Sei lá! Penso que não. Nunca vi sob este ângulo.
Nunca desestimularam que reagíssemos como poderíamos, inclusive com verdadeiras “batalhas campais”, as quais fazíamos sim. Ao contrário, a reação e ação, eram estimuladas pelos dirigentes. Entre jesuítas não se tolerava covardia.     
Afinal tudo era farra, bagunça, brigas de tapas, brincadeiras, sorrisos e muita alegria. As disputas eram mais renhidas no esporte e intelectuais.   
Se aquilo fosse “bullying” era m“castigo”alegre, feliz, cristão e eficiente.  
Gente!
Ótimo fim de semana a todos vocês.
J. R. M. Garcia.