Hoje levantei mais tarde que o usual. Bem tarde mesmo.
Desci até o restaurante. Estava vazio. Tomei somente um café
puro.
O turno da tarde, no hotel, acabava de trocar.
Uma das atendentes, Wagna, chegou e, alegre, contou seu trajeto
até ali.
“Hoje descansei muito demais...”
Olhei e indaguei:
“Verdade?!”
“Sim. Verdade mesmo. Dormi até muito tarde. A casa estava
arrumadinha. A pia limpinha...Meu filho sarou da gripe. Arrumei o quarto, varri a calçada, tomei banho
e o ônibus chegou no horário e já estou aqui...Foi rápido, não foi?”
Eu não sabia se fora rápido ou não. Mas, como ela estava dizendo,
eu concordei.
Levantei os olhos e olhei em seu rosto.
Ela estava alegre. Disposta. Animada. Feliz. Radiante.
E pensei no noticiário do país.
Aeroportos cheios. Rodoviárias estourando de passageiros.
Estradas abarrotadas. Chuva para todo lado. Dois milhões de presentes em
Copacabana na virada do ano. Assaltantes dando tiro para todo lado.
Mas ela, a Wagna, estava feliz, muito feliz com o que Deus lhe
dera. Era o bastante.
Simples assim.
Fiquem com Deus.
Abraços.
J. R. M. Garcia.