CRÔNICA E CONTOS (Borges e Garcia)
A TRIVIALIDADE É FELICIDADE
Eu não quero,
hoje, escrever de coisas ruins.
Quero ver o
lado bom da vida.
Isso existe ?
Sim.
Não
permanentemente como gostaríamos. Mas transitoriamente sim.
Felicidade é seguida de
impermanência. Somos aqui como uma bolinha de jogo em um cassino imenso.
Feche os olhos
e imagine-se uma bolinha em um grande cassino.
A cada puxar
da manivela, a roda da roleta destina-nos ao acaso para um lado ou outro.
Por quê penso
assim ? Por muitas razões. Já ao nascer você não escolhe o berço e depois não
escolhe, também, mais nada.
Terça feira
vou fazer uma cirurgia meio demorada na garganta. Já que tive um infarto antes,
o que é simples agora, pode ser complexo. Serão dois os anestesistas.
Revejo minha
vida com todas suas lembranças.
Talvez não
devesse fazer esta intervenção, mas ditam-me médicos que sim. É perigoso que
seja câncer ou que se torne.
É tão temerária
pelo problema cardíaco (fiz o cateterismo) para mensurar o risco, como
inevitável a cirurgia.
E este é um
momento que vemos a felicidade, os instantes mais triviais tornam-se alegres.
Um bom fim de
semana.
J. R. M.
Garcia