CARNAVAL
Jamais vou entender este fenômeno chamado, Carnaval. Um povo sofrido, roubado,
explorado, muitas vezes sem perspectivas, de uma hora pra outra, explode numa
alegria sem motivo...sem limites, sem pudor. Homens que até sexta feira,
trabalharam de terno e gravata, no sábado vão para as ruas, maquiados, vestidos
de mulher, soutien por cima de peitos peludos, braços e pernas cabeludas,
numa imitação grotesca e sem sentido do sexo feminino. Mulheres que se
matam em trabalhos, muitas vezes degradantes e mal remunerados...sofrem nas
filas de hospitais e creches, aparecem na passarela, cobertas de brilho e
rebolando, como se não houvesse o amanhã. (Arnaldo
Jabor).
Marchas, marchinhas,
frevos, sambas, passos elaborados.
A maioria delas muito
antigas, mas todas imortais. Milhares são os que as ouviram e já morreram.
Sambaram sobre seu som e, agora, já não as ouvem.
Mas nós as ouvimos e
ficamos felizes. Alguns por saudades, mas muitos e muitos para colocarem seus
corpos em movimento.
Todos para os salões,
para a rua, para as praias deste imenso litoral. Voos, viagens de última hora,
desejos, vontades de amar, de sermos amados.
Compromissos ?
Ahhhhhhhhhhhhh
!!!!!!!!!!!!!!
Nada não.
Compromissos, se
tivermos, é com a folia.
Esqueçamos de tudo.
Agora é somente sorrisos,
desejos, amor, alegria, festa. Depois pensaremos.
Assim somos nós.
Temos um compromisso com
a alegria; mesmo que ela seja triste, ainda assim temos.
Meus irmãos:
Tenham um lindo,
maravilhoso, incomparável Carnaval.
Até depois, pois agora
também eu, vestindo a fantasia, vou-me.
Beijos.
J. R. M. Garcia