CRÔNICAS E CONTOS - BORGES E GARCIA -
PATÉTICO HINO NACIONAL
MERECIA PORRETE QUEM REDIGIU ESTA LETRA
Com todo
respeito dos que possam estar em desacordo, a verdade é que, particularmente,
acho a música de nosso hino nacional muito bonita. Dizem que foi copiada de
outros hinos. Não me importo. Como ela está acho-a linda. Aliás, nem versado em
música sou. Um descuido de minha formação.
Contudo,
quanto a letra ?
Ai!
Ufa!
E, segundo
consta, esta letra foi “vendida” literalmente por seu autor, via de um concurso
meio obscuro. Mas o Lava Jato ainda não existia. É o que o Google informa: “Nosso
hino foi comprado de seu autor pelo preço de 5:000$ (cinco contos
de réis).
A propriedade plena e definitiva da letra do está no decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de 1922 pelo então
presidente Epitácio Pessoa e oficializado pela lei
n.º 5.700, de 1 de setembro de 1971, publicada no Diário
Oficial (suplemento) de 2 de setembro de 1971.”
Acho isso
meio absurdo, já que um hino não é comprado. É inspirado por aqueles que lhes
deram origem em função dos fatos que os motivaram. Um hino é muito mais um ato
de paixão do que uma ação racional.
Mas ouçam o absurdo desta letra?
Atentem ao contrassenso de seu
texto.
“Deitado eternamente em berço
esplêndido....”
Não somente “deitado”, o que
já é uma posição bastante cômoda, mas o pior é que é “eternamente”. Nunca mais
levantaremos?
Que horrrrroooooooooooorrrr
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Pois com a crise de desemprego
que estamos já era hora do gigante levantar e trabalhar, ora.
Que isso?
“Fulguras, ó Brasil, florão da américa,
Iluminado ao
sol do novo mundo!”
Nós, aqui, não iluminamos
nada. Somos iluminados. Vê? Terceirizamos o dever de iluminar seja lá o novo
mundo ou o que for.
E aqui vem a suprema ironia
deste hino que deveria ser jogado no vazo sanitário e não comprado, como foi.
“Brasil, de
amor eterno seja símbolo
O lábaro que
ostentas estrelado,
E diga o
verde-louro dessa flâmula
-paz no
futuro e glória no passado.”
Que amor eterno é este onde
assassinamos mais de 60.000 pessoas por ano?
E para isso ainda ostentamos
lábaros?
E ao final pérolas das
pérolas:
“-paz no
futuro e glória no passado”
Que isso?
Ficou louco o autor?
Nunca tivemos glória em
passado algum. Nosso herói nacional é um infeliz perseguido pela corte de
Portugal e esquartejado frente aos ouvidos surdos de todos brasileiros.
E quanto as glórias do futuro
não teremos nenhuma, já que nossa “carne e fraca” nossa vergonha é pouca.
Feliz Ano que vem.
J. R. M. Garcia.
O MAIS PATÉTICO.
UM DICIONÁRIO PARA TRADUÇÃO DO PORTUGUÊS CLÁSSICO PARA A LINGUAGEM CORRENTE. NINGUÉM ENTENDE A LETRA.
- Margens plácidas - "Plácida" significa serena, calma.
- Ipiranga - É o riacho junto ao qual D. Pedro I proclamou a independência.
- Brado retumbante - Grito forte que provoca eco.
- Penhor - Usado de maneira metafórica (figurada). "penhor desta igualdade" é a garantia, a segurança de que haverá liberdade.
- Imagem do Cruzeiro resplandece - O "Cruzeiro" é a constelação do Cruzeiro do Sul que resplandece (brilha) no céu.
- Impávido colosso - "Colosso" é o nome de uma estátua de enormes dimensões. Estar "impávido" é estar tranquilo, calmo.
- Mãe gentil - A "mãe gentil" é a pátria. Um país que ama e defende os "filhos" (os brasileiros) como qualquer mãe.
- Fulguras - do verbo fulgurar (reluzir, brilhar).
- Florão - "Florão" é um ornato em forma de flor usado nas abóbadas de construções grandiosas. O Brasil seria o ponto mais importante e vistoso da América.
- Garrida - Enfeitada. Que chama a atenção pela beleza.
- Lábaro - Sinônimo de bandeira. "Lábaro" era um antigo estandarte usado pelos romanos.
- Clava forte - Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra.