MINHAS ATITUDES EVOLUTIVAS
Por óbvio, ainda não cheguei ao fim da vida.
Isso deixa-me alguma
experiência pessoal.
Não sei em relação aos outros, mas tenho de mim para comigo
que, ano a ano, dia a dia, vejo-me em constante rápida mutação.
Intelectualmente por
exemplo, noto que alterei sobre muitas perspectivas, pontos de vista, formas de
encarar os acontecimentos e ocorrências aleatórias.
Emocionalmente nem se diga. Aquilo que antes causava-me
mágoa, tristeza, coração partido, alegria, felicidade vejo agora sob ótica
diferente. Quanto não entendo nem tento explicar.
A vaidade diminuiu
muito. A busca de consumir quase
desapareceu. A reflexão aumentou. As preocupações limitaram-se à
possibilidade de agir.
Os planos mirabolantes e os ideais diminuíram no tempo. Ou
melhor, pela falta de tempo.
Os remorsos daquilo que não fiz e deveria ter feito,
simplesmente é notado apenas como lembranças fugidias de épocas idas.
A ambição é como se tivesse morrido.
A busca de acomodação em todos os frontes de luta, é uma
verdade que não consigo fugir.
Tudo isso, porém, sem a busca de nenhum condicionamento.
Apenas vai acontecendo ao longo da escada que desce rumo a não existência.
Ruim isso?
Não. Parece que apenas vou libertando-me de tudo que possa
ser dispensável a esta minha última jornada. Darwin, talvez, explicaria esse
caminhar de alterações rumo a novos rumos. Vou, aos poucos, esquecendo e
despedindo do desnecessário por não ter mais razão de ser.
Entendo que este sentir seja uma percepção normal do ser
humano, tal qual os animais em seus últimos passos.