quarta-feira, 6 de abril de 2022

PENSAR PELA PRÓPRIA CABEÇA

   Jorge Amado

“Pensar pela própria cabeça custa caro, preço alto. Quem se decidir a fazê-lo será alvo do patrulhamento feroz das ideologias, as de direita e as de esquerda e as volúveis: há de tudo e todas implacáveis.
Ver-se-á acusado, xingado, caluniado, renegado, posto no pelourinho, crucificado.
Ainda assim vale a pena, seja qual for o pagamento, será barato: a liberdade de pensar pela própria cabeça não tem preço que a pague.”

Autor: Jorge Amado



J. R. M. Garcia

 

terça-feira, 5 de abril de 2022

SOZINHO



"É possível seguir "sozinho", mas é bom ser esperado em algum lugar.

Dividir a mesa, o dia, os planos, dividir os sonhos.
Uma alegria boba depois de uma ligação no meio da tarde, braços abertos no desembarque, cama ajeitada, malas desfeitas, comida fresca, flores na mesa.

É bom ser esperado em algum lugar, e ser berço de espera também.

"Me espera que eu tô chegando"! "A que horas você vem"? "Tô passando aí"! "Que saudade de você"!

É sempre possível seguir "sozinho", mas é muito bom ser esperado em algum lugar."

Autor desconhecido


Uma boa noite!

J. R. M. Garcia



 

segunda-feira, 4 de abril de 2022

NOVA VERSÃO

É libertador estar sempre aberto ao novo. 

Tudo é impermanente. Nós também. 

Não somos os mesmos, ainda que cultivemos padrões e hábitos arraigados. 

As pessoas e as relações, igualmente, mudam a todo instante. 

O apego a imagens e interpretações é fonte de angústia e sofrimento, sustenta as mágoas e os ressentimentos. 

Deixar ir o que já não serve mais ao presente e abraçar o que nutre a vida agora, construindo o futuro almejado, é caminho de paz. 

Caímos, levantamos, aprendemos, seguimos, quantas vezes forem necessárias. E, assim, amadurecemos e usufruímos do que é conquistado. 

Quantas versões de si mesma(o) você conhece? Como acolhe a todas elas dentro de você?


Dr. Andrei Moreira


Uma boa noite.


J. R. M. Garcia



 

sábado, 2 de abril de 2022

COPA DO MUNDO 2022

 


O FUTEBOL

A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. Ao mesmo tempo em que o esporte se tornou indústria, foi desterrando a beleza que nasce da alegria de jogar só pelo prazer de jogar. 

Neste mundo do fim de século, o futebol profissional condena o que é inútil, e é inútil o que não é rentável. 

Ninguém ganha nada com essa loucura que faz com que o homem seja menino por um momento, jogando como o menino que brinca com o balão de gás e como o gato brinca com o novelo de lã: bailarino que dança com uma bola leve como o balão que sobe ao ar e o novelo que roda, jogando sem saber que joga, sem motivo, sem relógio e sem juiz.

O jogo se transformou em espetáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue. 

A tecnocracia do esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia. 

Por sorte ainda aparece nos campos, embora muito de vez em quando, algum atrevido que sai do roteiro e comete o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade.

Do livro: Futebol ao Sol e à Sombra (Eduardo Galeano)

Vamos aguardar, para ver como será essa Copa 2022.

Um ótimo final de semana!

J. R. M. Garcia