terça-feira, 11 de setembro de 2012

=SEITAS RELIGIOSAS=

SEITAS  RELIGIOSAS

            Minha Professora de Informática, ao final da aula de ontem   -por sinal muito mais longa que o normal-  indagou-me, porquê não escrevia uma matéria sobre as muitas seitas religiosas que se multiplicam em nossos tempos.
            Creiam-me, embora tenha estudado por quatro anos interno em colégio jesuíta, fazendo ali todo curso secundário, nada sei de Teologia. Esta matéria não era abordada ali e, aliás, nem sei o porquê. Orávamos muito, líamos mensalmente a biografia de santos da Igreja. Tínhamos aulas regulares de religião semanalmente, os sermões das missas dominicais fixavam-se em homilias do Novo Testamento. Nada mais além sobre matéria religiosa.
            Ainda alertei a Professora que estas seitas, casas de orações, cultos ou que nome sejam-lhes dado, são bastante expressivas e, com conceitos muito bem definidos.

CASA   DE   ORAÇÃO 

           Deste modo, posso apenas dar testemunho de duas experiências pessoais, mais ou menos longas, com duas destas Igrejas.
            Em Caraguatatuba, fui contratado para requerer uma medida Judicial de Concordata, à luz do antigo Código. Hoje Recuperação Judicial de Empresas. Viajei para Caraguatatuba e por lá fiquei na primeira vez 30 dias, depois outros, e outros, e mais outros. Um ano talvez em meses intercalados. Ali eu habitava uma linda casa na praia do Tenório com o filho do dono da empresa. Local lindo, mas a noite eu ficava lá com a lua, o mar, a praia até que meu hospedeiro viesse do culto, que todas as noites frequentava em uma Igreja.
            Aos poucos fui aproximando-me daquela pessoal religioso. Existiam núcleos e eu frequentava um deles. O pastor era ótima pessoa, simples, de cultura mediana e, enfim, todos eram bons. Chamavam-se irmãos.
            Começavam a preparar uma espécie de congresso para os praticantes do culto religioso. Três dias. E eu, envolvido naquilo tudo com funções muito simples, pois não entendia nada.
            
HOMEM  GRITANDO 

          Encurtando.
Eram dois os pregadores. Um calmo, pacifista, de voz aveludada, paulistano. O outro era um carioca, hiperativo, passava de um a  lado a outro do palco de pregação gritando, ameaçando o fogo do inferno, praticamente aos pulos e, quando parava, pulava muito alto e gritava mais alto. No fim ou no meio desta pregação, algumas pessoas começaram a chorar, a rolar no chão como uma espécie de ataque epiléptico. Caiam um aqui, outro ali generalizadamente, enquanto os auxiliares, que já sabiam destes desmaios, acudiam os caídos. Na verdade foi um pandemônio de berros, gemidos, choros e palavras desconexas e até mordidas.
           Sai correndo. Fui embora para um hotel no centro e não voltei para a casa do amigo na praia do Tenório.
            Até hoje não entendi nada.

AMIGÁVEL  DISCUSSÃO   DE  CONVERSÃO 

          De outra feita uma pessoa amiga, esclarecida, articulada, realmente dono de uma das empresas aéreas deste país, fez-me a corte por todo os meios para adentrar e converter-me a Igreja que, aliás, ele fez três para os fieis. Belas construções. Ao final, após meses da tentativa de conversão, ele contou-me discretamente que a esposa dele mentalmente obturava dentes de um dia para outro.  E, ainda, idiota que fui, perguntei: “Mas obturações a ouro ?” Ele confirmou.
            Fanático ou doido ?
            Bem !
            Nunca mais voltei ao assunto e afastei-me do bom amigo.
      Obvio que muitas religiões existem que são sérias, fazem realmente milagres, crescem e tem milhares de fieis neste mundão de Deus.
            Aqui apenas testemunhei dois fatos de que fui co-participante.
            Pensem como julgarem.
            Eu não entendo nada, mas sei que muitos safados existem que exploram a boa fé do povo.
             Boa terça. 
             Abraços.
             J. R. M. Garcia.