quarta-feira, 11 de junho de 2014

= FUI ATIRADO =



Fui sim. Duas vezes. Sou brasileiro e, em um país que registra 56.000 assassinatos por ano, tive minha vez. Mas assaltado à tapa, é a primeira vez.
Agora me perguntam aqui, qual das duas emoções são mais fortes.
Naturalmente os tiros.
Primeiro foram dois. Depois o local era ermo, noite escura, na estrada, em um local desprovido de qualquer assistência e, de mais a mais, Deus quis que conseguisse fugir. E a fuga foi desesperada meeesmooo. 
Para dizer verdade -e sei que não acreditam- sofri um infarto ainda nesta noite do tiroteio, em um acampamento de empreiteira na estrada. Sem qualquer assistência, senão Deus.
No caso, este curto lapso de furto aqui em Belém, é apenas uma apropriação famélica. Eu, na conjuntura dos dois rapazes, faria a mesma coisa.
Lá, entre Araxá e Uberaba, naquele triste deserto, queriam realmente matar-me para levar a D-20 nova. Eu não tinha a menor chance. Ou fugia ou ia ser morto, para esconder a identificação dos bandidos.
Aqui simplesmente assustaram-me e tomaram-me uma pizza média.
Quem toma pizza dos outros está com fome, ora. Se pedissem eu não lhes daria. Logo, tomaram-me à força.
Quem não faria isso?
Quem disser que não faria, nunca teve fome real ou não se conhece bem.
Respondido, amigos?
E Viva a Copa!
Isso de fome, assaltos, assassinatos não nos interessa.
Abração.
J. R. M. Garcia.