“Pense
numa criança. Pense numa criança encapetada e respondona. Pense que ela quebrou
o vaso bonito, herança de família. Pense no adulto raivoso: era um vaso de
família. Pense no tamanho desse adulto (aos olhos da criança deve medir, no
mínimo, dois metros). Pense em medo, em vulnerabilidade e, então, pense no que
deveria ser feito e a melhor maneira de educar.” (Texto de Mariza Lourenço)
Li este texto no Facce.
Um período aleatório.Aparentemente inconsiderado,
inconseqüente, inconclusivo.
Claramente um episódio
insignificante, que ao adulto é apenas um ato-fato, o qual exagera. A pessoa
madura logo processa uma explicação e o problema é logo esquecido. Ao final,
pode até ter restado alguma lembrança do objeto. Mas, é só.
E ao ângulo de visão
da criança?
Sem entender, ela vê
que o adulto se irritar, enfurecer e, sob seu ângulo, ela está entre seres de
grande tamanho físico, em fragilidade extrema, sem meios para reagir. Ela não
entende as palavras, mas compreende as emoções.
Quantas podem ser as
reações deste ser assim fragilizado e insignificante?
A memória consciente
da criança não tem fixação. Ela logo deleta. Fica, no entretanto, em seu
inconsciente, de forma indelével, as duras expressões emocionais de ódio, raiva
daquele se coloca contra si, o qual ela nem bem sabe quem é, o quê estava fazendo
ali e o porquê?
Pode mostrar medo,
raiva, terror, susto e, com isso, gerar timidez, insegurança, alheamento, fuga
e muito mais. Mas, somente esta ocorrência? Talvez sim. Talvez não.
E disso e por isso,
por anos e anos este sofrerá danos enormes durante sua vida toda.
Se por um ato
praticado deste modo é perigoso, a repetição constante destes fatos com toda
certeza corroerá a formação de seu caráter permanentemente.
Parabéns Mariza Lourenço. Não a conheço, mas é sem dúvida de valor suas
observações.
Tenham uma ótima
semana.
Abraços.
J. R. M. Garcia.