Você sabe de onde eu venho ?
De um mundo que não é
este.
De uma rua de terra, com dois janelões altos na frente, uma sala
assoalhada, um pequeno alpendre, uma cozinha com piso de tijolos, fogão a
lenha, um galinheiro ao lado, dois quartos, uma varanda aos fundos, um quintal
muito grande plantado de mandioca, milho e outras frutos.
Não existia televisão, nem rádio, nem água encanada, nem toca
discos. A luz desta cidadezinha além de fraca, parecendo laranjinhas dependuradas,
era desligada por volta das 21 horas e daí em diante tínhamos a luz de
lamparina. Uma torneira única, exposta ao sol e a chuva, onde todos serviam.
Para o banho morno a água era aquecida em uma lata no fogão e carregada ao
banheiro onde era dependurada acima do banhador. Não havia água encanada a não
ser fora da casa.
Quando na rua passava um caminhãozinho levantava um poeirão a
que todos corríamos ver.
Havia no fundo do quintal uma enorme goiabeira, onde brincávamos,
não raro com tombos cruéis e perigosos.
As casas não eram próximas umas das outras e vários terrenos
eram vagos entre elas com muitas de capim que explorávamos em nossa
brincadeiras.
E preste bem a atenção: isso era o centro da cidade.
Este é o mundo de onde venho. Nada semelhante a este.
Tenham uma ótima semana.
Quero avisar a vocês meus leitores, seguidores e amigos que
perdi todos vossos endereços ao trocar o computador e, por isso, nãos lhes
mandei as crônicas e que, agora, quando as publicações chegam a 100.000 achei
os endereços e mudei o título: “CRÔNICAS E CONTOS”.
Obrigado a todos vocês pela atenção.
J. R. M. Garcia.