CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)
FAMÍLIA VIRTUAL
Tenho dois filhos. Um casal. Uma
filha com quarenta anos e um filho com quarenta e cinco. Ambos casados. Somos poucos.
Dir-se-ia que uma família bem pequena.
Dá-se que, felizmente, atingimos uma
época onde existe a telefonia móvel, scype, e-mail e avião. Isso facilita-nos
dentro de nossa virtualidade. Até porque vemos-nos no scype, transmitimos nossas
ideias por e-mails e outras telefonicamente, quando temos urgência.
Se assim não fosse já nossos laços
de amizade estariam destruídos há muito
tempo.
Um deles mora no Uruguay e a outra
nos procura, embora em Rbeirão Preto, poucas vezes, mas falamo-nos sempre.
Todos queixam-se da telefonia, sobre tudo da celular. Mas a
gente vê de um montão de gente conversando no celular. Seja nos supermercados,
nos corredores do Forum, nas ruas, nos automóveis etc. Ora, dizer que isso não funciona, como vemos
tantos dependurados nestes aparelhinhos?
Aliás, outro dia, vi um péssimo uso
da telefonia celular. Uma senhora caiu em um buraco de aproximadamente meio
metro na calçada. Sujando-se bastante, saiu mancando e, incrivelmente, ela não
deixou o fone cair da mão e continuou conversando, mesmo sentada na sarjeta.
Realmente bem o sabemos. O serviço
de Internet e telefonia celular ainda não está de todo implantado no Brasil.
Dizem que está. Aqui, após 500 anos, ainda estamos tentando implantar tudo.
Sistema de segurança, saúde, estradas, barragens, estrada de ferro, desarmar o
povão para facilitar o assassinato de56.000 viventes, uma constituição decente. E vai por aí. Somos um
país em formação.
Mas no meu caso já dá para a
eletrônica conservar minha família “unida”.
Minha mulher diz: “Telefonia celular
funciona com eficiência é na cadeia”.
Não sei se ela quer sugerir-me para
ira preso, ou se fala uma verdade que aqui é correta.
Um bom fim de semana com seus
celulares.
J. R. M. Garcia.
<martinsegarcia@uol.com.br>