MENDIGO CAÍDO
Mendigos há de todas espécies.
Alguns são doentes; outros incuráveis; outros por preguiça; outros por serem burros demais; muitos por serem irresolutos e vai por aí mil desculpas sociais, como os que realmente trafegam neste ambiente de sujeira e abando total por problemas psíquicos de desacertos emocionais.
Em um tempo que advoguei em São Paulo, entre as audiências no Fórum, as quais tínhamos de aguardar, via ali nos cantos da pequena praça que, ao lado mendigos de toda ordem e espécies, colhiam dos passantes restos de sorvetes, papeis jogados, a tudo parecendo com os passarinhos a catar na grama auxilio de cantos das cercanias.
A pobreza e abandono, somado a doenças visíveis, com muitas vezes chagas expostas sobre sangue postulados teria mal cheiro. Um cachorrinho famélico disputava com a postula com gatos e micróbios sorvendo com o sangue seco da ferida aberta.
Todos passavam sem olhar, disparando o consenso ao alto como nada a acontecer entre estes caídos. Assim é São Paulo, praça da Liberdade e muitos outros logradouros.
É difícil, muito difícil.
Abração em todo mundo.
J. R. M. Garcia