terça-feira, 14 de janeiro de 2020

PÂNICO (CRÔNICA E CONTOS)

P Â N I C O


Qualquer um já sentiu. 
Seja um pânico real ou imaginário, todos nós já passamos por isso. 
No meu caso lembro-me de pelo menos três fatos onde me vi em desespero. Mas milhares de outros devem ter acontecido comigo. 
Quando era menino caí em um buraco, onde estavam cavando na terra um esgoto para minha casa. Fiquei completamente desesperado, vindo a arrumar tal gritaria que nem sei o quanto. O fato do  perigo ali era extremante raro. O risco era falso. Saí sozinho da  entalada. 
Depois, já no internato, sismei de que houvera sido picado por um barbeiro transmissor de doença de chagas. Pronto. Estava o pavor instalado. Fiz no local da suposta picada uma absurda ferida  com um canivete. Os padres do internato levaram-me ao médico no dia seguinte, o qual nenhuma atenção deu ao local a "picada" inteiramente inócua.
Agora, já passado dez anos, ladrões de veículos atiraram-me em local ermo para tentarem fazer-me parar. Iriam assassinar-me e roubar o veículo. A quadrilha foi preza, acusada de assassinato de muitos motoristas.  Um pânico real, verdadeiro. Perfeitamente justificável. 
A conceituação da palavra PÂNICO não traz nenhuma confusão. 
"É um medo repentino e uma ansiedade sobre eventos antecipados." Talvez mais. Pode converter-se em doença. "...pânico em situações que não expressam real perigo, pode ser uma doença que atrapalha o convívio social, chamada de síndrome do pânico. O "medo do pânico" pode se tornar o transtorno do pânico relacionadas a outros tipos de patologia psiquiátrica como crise de ansiedade".
Verdade é que qualquer um pode passar repentinamente da angústia a ansiedade e daí ao desespero, ao pavor, ao horror, ao medo, ao terror, ao amedrontamento.
Isso, no tempo, pode tornar-se uma fobia e, por fim, uma síndrome. 
Já na fase de fobia a pessoa não se controla e nem sabe as razões porquê entra no processo de pânico. Torna-se uma doença e vive aterrada sem saber de onde provem seu medo. Não sabendo a origem -recomenda-se tratamento psiquiátrico- o medo vai e volta e fica, e judia.
Um abração.