quarta-feira, 8 de junho de 2022

BRASIL COLÔNIA - (CRÔNICAS E CONTOS)

 



Durante o Século 18, o Brasil-Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal. Esse tributo ia a cerca de 20% sobre o produto líquido do rendimento dos colonos. Ou seja: 1/5 da produção. Por isso chamavam-no “O quinto”.

O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam: "O Quinto dos Infernos".

E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.

De acordo com o levantamento do IBPT, a média de dias trabalhados para pagamento de impostos em 2021 é 149 dias. Em 1988, a carga tributária equivalia a 73 dias ou praticamente 2/5 (dois quintos “dos infernos”) de nossa produção.

Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...

Para quê?

Para sustentar a corrupção. O Senado com sua legião de "Diretores". A festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar nos 3 Poderes Executivo/Legislativo e Judiciário).

Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar essa corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa!

Tudo como dantes, «quartel-general em Abrantes» é como regista Orlando Neves, no seu Dicionário de Expressões Correntes [Editorial Notícias, Lisboa], que assim se lhe refere:

Diz-se do que permanece sempre na mesma, sem alteração.

Respondia com esta frase o povo quando [em Portugal] perguntado sobre como iam as coisas, no tempo da primeira invasão francesa [1807]. De facto, Junot instalara, calmamente, o seu quartel-general em Abrantes. Em Lisboa, nada se fazia com intenção de se opor ao avanço do general francês. Ninguém lhe ousava resistir. D. João VI, então regente, não tomava qualquer medida no sentido de evitar a progressão de Junot para Lisboa. Daí que, quando alguém perguntava o que se passava, a resposta fosse: Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.

Não fiquem triste, depois de amanhã já é sexta-feira e o roubo oficial diminui.

 Abraços e boa noite.

J. R.M. Garcia