MEU ESPÍRITO
Manhã de sol.
Choveu a noite e uma brisa fresca vem encontrar passarinhos que ciscam na grama. Pulam do chão para as árvores. Com olhares rápidos, de lá certamente veem uma amplitude maior de relva. Param, olham com aguda atenção para os lados. E, rapidamente, mergulham até as nodosas raízes onde colhem, aqui e ali, um inseto afoito. Voam por meio dos galhos que recebem os primeiros instantes de sol.
Não gosto de levantar tão cedo. A noite é-me tão preciosa como se meu espírito viesse estar comigo. De mim ausenta-se nos dias. Quando o espero, na noite, as vezes, temos alguns diálogos úteis. Mas nem sempre isso é possível, porque ainda o dia na vigília do sol, continua perturbando o silêncio. E, por mais que me esforce, não dou atenção e ele que, frustrado e aborrecido, vai embora.
Você já ouviu seu espírito ?
O meu tem até nome Kauri.
Imagino mesmo que esse dito espírito se não é meu, eu o peguei pelos caminhos por onde as almas vivem. Quem disse que este é seu nome, foi ele próprio. Explicou que é o apelido de uma árvore que existe nos pântanos da Nova Zelândia. E que esta árvore é praticamente eterna. Ele já fez algumas previsões sobre minha vida. Mas fatos irrisórios, creio eu. De importância tão insignificante que achei que ele estava a zoar de mim.
Mas, a superstição manda que não devemos brincar com estas coisas. Assim, eu fico por entender, entendendo.
Atualmente não estou muito afeito a esses diálogos e a foto da caricatura acima é como ele se apresenta a mim.
Amigos e amigas, este é o meu momento de hoje.
Se acharem a crônica besta, uma hora eu acerto.
Abração.
J. R. M. Garcia.