GERAÇÃO NEM ... NEM...
Esta é a estampa de quem "está numa boa", dançando alegremente com alguma garota que a ele se iguala, independente do dia, da hora. Um "cara" inteiramente livre de compromissos. Falar em trabalho perto dele é a continha dele sumir "de fininho". Perguntar a ele o que faz da vida ele responderá -se responder- : "Sou comunista".
Insisto: --"Então não é democrata ? "
Responde: --"Sou comunista democrata."
Não entendi nada, mas mesmo assim continuei.
--"Onde você mora ?"
--"Moro com papai e mamãe,"
--"Estuda ?"
--"Não. Não escolhi ainda o curso que vou fazer."
--"Lê algum livro ?
Ele me olhou com raiva e até pensei em deixar de banda o papo. Mas, resolvi tentar,
--"Você trabalha onde ?
--"Ajudo mamãe fazer a feira,
--"E com o resto do tempo, o que faz?
--"Sou ativista político social-democrata. Ajudo a organizar passeatas, comícios.
Terminou aí o papo.
Esse infeliz jovem de vinte e tantos anos já era uma pessoa sem rumo. A preguiça e o tédio destruíra-lhe os dias. Ele não era comunista, nem socialista, nem democrata, nem operário, nem autônomo, nem coisa nenhuma. Queria um carguinho na máquina pública para se dizer funcionário público, sem trabalhar e mais nada. Na verdade ele era da geração "NEM-NEM"(Nem estuda, nem trabalha, nem nada).
É uma pena !
J. R. M. Garcia.