É isso mesmo. Nenhum espírito de caçoada.
       Troça seria o
inverso.
Não termos tolerado esta magnitude de
gastos expendidos na edificação destes estádios, agora todos sem utilidade para
nosso contingente de doentes e presos que vagam por nossas cadeias e ruas do
país. 
     Pilhéria seria não
suportarmos os 56.000 assassinatos que ocorrem no país. Muito mais do que
muitas guerras.
     Gozação é aguentar o
que chamam bolsa isso, bolsa aquilo e até bolsa presidiários, vitimando os
presos que não trabalham, não se aplicam a uma atividade re-educadora
amontoados nas prisões e no, entanto, recebendo por conta da União. 
       Anedota seria
ridicularizar que, tanto no interior como nas capitais, convivemos dia a dia
com o novo termo “krakolândia”, que adorna nosso vocabulário atual. 
      Escárnio mesmo são
os “mensaleiros”, todos soltos sob privilégios de um Supremo afeiçoado a
trapaça e “mandrakaria” da pior espécie.
      Estes fatos seriam
sim motivos a caçoar do brasileiro. Mas, no caso não é. 
       Por quê?
       Porquê tão meritório
é o anti-herói como o herói. Ambos resistem e experimentam o mesmo grau de
resistência moral.
       Na luta vitoriosa o
herói suporta a dor da batalha e, na derrota fragorosa, o amargor do anti-herói.
O fracassado, também sofre a mesma dor.
       Logo, hoje, ante o
mundo somos de igual quilate, só que suportando na nossa cara a expiação de
nosso fracasso imenso, inimaginável.
       Essa dor nos faz: campeões morais de todas copas. 
       Enfim suportamos,
silenciosamente, o flagelo moral de nossas vidas. 
       Abraços e bom
domingo. 
       J. R. M. Garcia. 
OBS:
Mesmo com a medalha de sola rústica ao perdermos para a Holanda, somos, ainda,
CAMPEÕES MORAIS DA COPA. 
