Que tédio !
Ou seria depressão?
Ou, ainda,
prostração?
´ É noite.
Ao longe, na praça,
uma música remota, caipira de péssimo gosto, chega-me.
Na rua um silêncio fúnebre.
Televisão desligada.
Rádio nenhum.
No micro, ninguém.
Cansado de ler. O dia todo.
Ânimo!!!
Por quê? Para quê?
Ouço-me...
Apenas
um leve arfar e as batidas do coração.
O
telefone toca. Atendo. Engano.
Ninguém,
sempre.
“Quem
te viu e quem te vê, hein?”
E
ainda há quem diga que o poeta é um fingidor.
Boa
noite.
J.
R. M. Garcia.