Fiquei chocado.
Estudando O LIVRO
VERMELHO (Liber Novus), deparei com a afirmação lúcida de Jung, que o
inconsciente divide-se em dois, sendo o coletivo e o individual. Nada tão
estranho.
Pois que aceitar o
inconsciente coletivo, é quase como admitir a presença de uma entidade
singular, primordial da espécie humana. É mesmo acolher que na espécie
estivesse a existir um depósito antiqüíssimo de uma “memória” primordial.
Mas, mais chocado
fiquei, quando recordei que minha ex-eposa, mãe de meus filhos, assegurava que
em suas pinturas a óleo, ela possuísse memórias de guerra e isso era o que ela
ali retratava. Pinturas trágicas, desoladas, assim como que a reproduzir uma
espécie de recordação de priscas eras e que, agora, não mais ocupava nosso
universo comum.
Sempre critiquei esta
forma de interpretação dela.
Mas seria verdade o
quê ela dizia?
Exatamente não sei.
Ela é filha de libaneses
sem qualquer cruzamento. Dir-se-á que é raça pura do Oriente Médio, e muito
antiga. Teria “memórias” do passado?
Mas, mais.
Jung afirma que para
alcançar em análise o inconsciente coletivo, este somente entende a linguagem de expressão via da pintura,
desenhos, músicas e outras formas primárias de procedimento. O inconsciente não
compreende a linguagem meramente racional.
Agora ela morreu e, assim, não há como
confirmar. Digo. Morreu para a pintura.
Continuarei estudando Jung e continuarei
contando a vocês.
Uma ótima semana para todos.
Abraços.
J. R. M. Garcia.