E, naquele dia, foi
assim.
Terrível e lindo.
A tempestade alerta o
Capitão. Ele vê o mar. As ondas negras, rugindo, explodem no costado. Sabe de
onde vem a borrasca. Rápido, imediatamente, ele conduz a proa do grande barco
rumo às ondas do tufão. Maquinas a toda força. É tudo que contraria todos
seus instintos. Mas ele age assim sem pensar. Jamais correr das ondas.
Enfrentá-las de frente. De lado ou de popa, seu barco vai ao fundo.
Cada vez mais e mais, com
destino contrário ao do furacão, o qual passará sobre seu barco.
As gigantescas vagas,
minuto a minuto, estouram em seu convés. Batem forte. Todo o navio range.
Treme. Geme. Estala. Chora. Mas será assim. Ou o barco vai ao fundo, ou
enfrentará a borrasca até o fim. Ele, afinal, ama este enorme gigante que é seu
navio.
Dedos crispados, corpo
bamboleante. Aparência serena, mas alma atilada. Com medo, mas pronto para
morrer.
O medo e a coragem
envolvem o ser.
Assim são os velhos Lobos
do Mar.
Essa é uma grande luta.
J. R. M. Garcia.