quarta-feira, 18 de maio de 2022

CRIANÇAS E ADOLESCENTES DORMEM NO VÃO LIVRE DO MASP - (CRÔNICAS E CONTOS)

 


CRIANÇAS E ADOLESCENTES DORMEM NO VÃO LIVRE DO MASP; MP ABRE INQUÉRITO

Dezenas de crianças e adolescentes, aparentando ter entre 5 e 17 anos, estão morando no vão livre do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), sem o cuidado de responsáveis ou adultos para supervisioná-los. Na última quarta-feira, o Ministério Público de São Paulo abriu inquérito, a partir de um pedido do próprio Masp, para apurar a situação dos menores e cobrar medidas de proteção ao grupo.

Segundo assistentes sociais da Prefeitura de São Paulo que acompanham o caso e falaram com o Estadão sob condição de anonimato, muitos desses menores têm moradia fixa e familiares, mas “preferem a liberdade da rua”. Alguns também teriam vindo de lares com alta vulnerabilidade social ou de contextos abusivos. A situação piorou durante a pandemia.

Acampados no vão livre do Masp em barracas e deitados no chão forrado com papelão, eles se revezam ao longo da Avenida Paulista para pedir comida, dinheiro e caixas de bala ou chocolate para vender. Os relatos são de que uma parte antes vivia na zona leste e outros vieram de cidades como Franco da Rocha e Praia Grande.

“Eles dizem que não querem sair porque ‘a Paulista dá dinheiro’ e não vão voltar para a área de onde vieram”, relatou um conselheiro tutelar.

Ao Estadão, um dos menores que vive no local disse que o pai mora na zona leste e a mãe, em Minas Gerais com a avó. Ele saía todo dia da zona leste para vender bala na Avenida Paulista e voltava à noite para casa. Foi quando conheceu outros meninos que também vendiam doces no local e decidiu não voltar mais para casa para viver no vão livre do Masp. “Minha mãe mora muito longe e o meu pai briga muito comigo”, disse.  
Fonte: Estadão

Cercar o vão livre do MASP?
Sim.
Será essa a intenção da administração pública?
Cercar o vão livre do MASP com grades, evitando assim que ali permaneçam os usuários de craque. Enxotá-los para as sarjetas. Ali não ver-se-ia os corpos caídos, jogados como lixo de nossos jovens irmãos da nacionalidade fracassada.
O que se deve é esconder a nojenta escória do subproduto de nossa civilização.
Ótima ideia esta, alardeada pela mídia e poderes públicos.
Sobre o vão teríamos as obras máximas do esforço de Pietro Maria Bardi e sua esposa Lina Bo Bardi, em anos e anos de suas vidas dedicadas ao grau máximo do acervo magnífico das artes ali expostas.
A ideia é ótima.
Talvez até deveríamos fazer mais. Cercarmos a desgraça deste vício que fulmina nossa juventude, deixando-os lá caídos em permanente exposição até que a funerária viesse transportá-los.
Lindo isso, não?
A miséria exposta à visão desnuda de sociedade. Todos que vissem esta trágica história, viraria o rosto.
Seria maravilhoso esse chocante contraste.  
Tenho certeza que Bardi, franco e realista como era, adoraria este arroste.
Mas e a solução?
Ora, meus amigos, isso é apenas um insignificante detalhe neste país...

Um bom dia!

J. R. M. Garcia.