sábado, 13 de fevereiro de 2021

O SAMBA ACABARÁ ? (CRÔNICAS E CONTOS)

 

                                                                                                            

                       O  SAMBA   ACABARÁ ?


        "ALINE RISCADO" NO ENSAIO DA VILA ISABEL NO SAMBÓDROMO

O quê diz os belos poemas do samba, com igual nome ?

                    Não deixe o samba morrer
                    Não deixe o samba acabar
                    O morro foi feito de samba
                    De samba para gente sambar
                    Quando eu não puder
                    Pisar mais na avenida
                    Quando as minhas pernas
                    Não puderem aguentar meu corpo                   
                    Junto com meu samba
                    O meu anel de bamba
                    Entrego a quem mereça usar
                    Quando eu não puder
                    Pisar mais na avenida
                    Quando as minhas pernas
                    Não puderem aguentar
                     ........................
            Não tenhamos medo de que mexam nas nossas raízes fundamentais da cultura. Mesmo que não tenhamos construído uma sociedade que possa representarmos o qu         somos, pois ficaríamos com vergonha desta exposição, não importa, já que é de nossa cultura o futebol e o samba. 
           Não tenhamos medo. Se "o samba morrer", saiba que nós estamos morrendo também. 

           Se Verdi , Wagner, Strauss,  criaram grandes obras, aqui também fizemos músicas como Chão de Estrelas de Orestes Barbosa; Noel Rosa, "com que roupa eu vou ? " e milhares de outras.  

        "O que torna "Chão de Estrelas" tão especial, como não poderia ser diferente, é sua letra impecavelmente construída. Tudo começa com uma surpreendente descoberta. O eu lírico que descrevia sua vida como "um palco iluminado" e que dizia viver "vestido de dourado" era na verdade um pobre que morava em um barraco na favela. E a alegria de sua vida era fruto da paixão pela sua amada mulher. O amor fazia com que aquele simples pedaço de terra parecesse, todas as noites, uma animada festa. "Nossas roupas comuns dependuradas/ Na corda, qual bandeiras agitadas/ Pareciam um estranho festival/ Festa dos nossos trapos coloridos/ A mostrar que nos morros mal vestidos/ É sempre feriado nacional".
Isso é também parte de nossa cultura e esta é eterna. É eterna não porque a nominamos no século passado. Não. Isso são páginas de nosso tempo, tal qual nossos pais.
Vão com Deus amigos.
Aqui o dia já raia.
J. M. R. Garcia.